25 - SIDERURGIA II

 Alto Forno.

É um forno de forma cilindrica, vertical, com dimensões e detalhes de construção variáveis em diversas situações, com capacidade de até 800 m3 onde movimenta-se em contra corrente, gáses quentes (ascendente) e matéria de queima, (descendente) trabalhando com cargas contínuas ou intermitentes.

No alto forno, obtêm-se o chamado ferro gusa, no qual uma certa percentagem de carbono acha-se dissolvido no metal, o ferro gusa tem aplicações restritas, pois é pouco maleável e bastante quebradiço.

O alto fo

rno possui aproximadamente 25 metros de altura (razão do seu nome) e cêrca de 10 metros de diâmetro em seu ventre, as relações entre as medidas (perfil) variam em razão do tipo de minério e do coque a ser utilizado.

Tem formato de dois troncos de cone unidos pelas bases, em razão da variação de volume de sua carga e gáses em determinada posição no forno ( dilatação e contração ).

Possui envoltório externo em chapas de aço rebitadas, e internamente,  camada dupla, sendo uma de tijolos de cerâmica, e outra,  a mais interna , feita em tijolos refratários (45 cm de espessura) em material silício aluminoso,  independente uma de outra de modo a facilitar a sua substituição.

Seu rendimento pode alcançar até 2000 toneladas diárias, trabalhando em regime contínuo, e uma vez em regime de operação, assim permanece por vários anos.

Sistema de chuveiros realiza um resfriamento externo  no alto-forno.

 

Funções do Alto-forno.

1. Redução dos óxidos de ferro.

2. Fusão do ferro.

3. Fusão da ganga (formação de escória)

4. Proporcionar quantidade de calor para o trabalho siderúrgico.

Divisão

Tremonha:-

Sistema de alimentação e vedação na abertura superior do AF.  Em numero de duas, uma pequena e outra maior, (inferior) dispondo-se segundo o eixo vertical do forno, trabalham em sistema conjugado, quando uma encontra-se aberta outra esta fechada,  evita a saída dos gáses no momento de carga do AF. além de carga por distribuidor ou alimentador rotativo de modo uniforme no forno e com menor altura de queda (coque é sensível a atrito e choques.)

Guela:-

Região superior do AF. logo abaixo das tremonhas de carga, compreende um região com altura de cerca de 5 metros, trabalha em temperaturas de aproximadamente 150oC, possuindo material de revestimento não tão necessário como isolante térmico, mas sim, resistente a ação abrasiva da carga.

Tomada de gáses:-

Os gáses produzidos no AF.( saem a temperaturas de 200/300oC) não são lançados diretamente na atmosfera, pois, possuem alto poder calorífico.  Em numero de quatro, as tomadas de gáses, orifícios no AF, conduzem os gáses para sistema de limpeza e recuperação de calor

Cuba:-

Região  média do AF  com  altura  total de aprox. 22 metros, (parede vertical, ventre = 4 metros e, convergente= 18 metros) é região de maior diâmetro do forno e de maior intensidade de reações.

Rampa:-

Região na qual as paredes do tronco de cone, tem inclinação de aproximadamente 80o com a horizontal.

Possui, altura de aprox. 4 metros , sendo revestida com refratário de resistência a altas temperaturas, a ação corrosiva do metal fundido e  da escória, e ao pêso da carga do forno.

Anel de vento:-

Tubulação que circunda o forno, acima das ventaneiras,  recebe o ar soprado (aquecido) e o distribui ao redor do forno de modo uniforme.

Ventaneiras:-

Localizados a altura de aprox. 1,80 m do fundo, em número de aprox. 22 , são tubos duplos de bronze fosforado com sistema de refrigeração a água, ligam os orifícios de entrada de ar do forno, ao anel de vento.

Furo de escória:-

Geralmente em numero de dois, e em alturas diferentes.

Ponto de retirada de escória e limite de altura de nível de material fundido, que se ultrapassado,  o fluído chegará a região de entrada do ar, e em consequência de resfriamento, irá solidificar-se e obstruir a mesma.

Parte da escória, é retirada pelo furo de escória e parte juntamente com o ferro gusa.

O orifício de escória, pode também ser utilizado para entrada de materiais que se deseja adicionar ao ferro gusa. (especiais)

Cadinho :-

Parte baixa do AF. logo abaixo do furo de escória, possui altura aprox. de 3 metros, é o reservatório do metal fundido,  revestido de grafite (mistura de coque e derivados ), permanece em temperaturas aprox. de 1400oC.

Furo de gusa :-

Orifício de 30 a 80 mm de diâmetro, é o local de retirada por sangramento, do ferro gusa. 

Aberto por perfurador (barra de  aço, lança) e jato de oxigênio e posteriormente, (após escoamento do ferro fundido ) vedado com argila crua.

Parte da escória que sobrenada o gusa, é observada quando ao sair pelo furo de gusa,  e em contacto com o ar muda de coloração de vermelho para cinza.

 

Mecanismo químico da fusão:-

Inicia-se a carga do forno, colocando-se pela tremonha da guela uma quantidade de carvão, em seguida uma quantidade de fundente, e por fim o mineral, com o que teremos formado três camadas.

Em  seguida  carrega-se novamente carvão, seguido por fundente e após o minério,  segue-se assim, até completar três quartos de sua capacidade total.

Acende-se o alto forno em sua parte inferior, e inicia-se a sopragem do ar quente pela tubulação colocada acima do cadinho, que deve estar pré aquecido para evitar a solidificação do metal fundido.

O oxigênio do ar (O2) , ao atravessar a primeira camada de carvão incandescente (C), combina-se com o mesmo, formando óxido de carbono  (CO).

Continuando caminho ascendente, o óxido de carbono (CO), encontra-se com o mineral de ferro,  óxido de ferro ( Fe2O3)  e sendo ávido de oxigênio, apodera-se dele, formando dióxido de carbono (CO2) deixando livre o metal de ferro (Fe).

O metal fundido (Fe) , por seu pêso, desce e encontra-se com carvão (C) , com o qual combina-se em parte, formando o carbeto de ferro ( Fe3C )  escorre para o cadinho, de onde é sangrado a cada 4 /6 horas pelo furo de gusa.

O dióxido de carbono (CO2) , ao subir, se encontra com outra camada de carvão (C) , e volta a transformar-se em monóxido  (CO), começando um novo ciclo.

Em determinada altura, a temperatura não é suficiente para ocasionar esta reação, mas o gás prossegue em movimento ascendente, cedendo calor a zona que atravessa favorecendo o funcionamento do forno.

 

 

 

Finalmente, o gás composto por monóxido, dióxido,  nitrogênio e outros,   a temperaturas de 200/300oC, sai por orifícios (tomadas de gáses) e se dirige ao sistema de limpeza, onde termina seu resfriamento é então recolhido para aproveitamento como combustível sendo queimado em recuperador de calor,  ou aproveitado como combustível em motores a gás.

A medida que as camadas vão abaixando, carrega-se pelas tremonhas novas camadas, de mineral, carvão e fundente, (cada 8/15 minutos ) mantendo a marcha constante do forno.

 

Produtos no alto-forno:-

1. No cadinho, uma liga de Fe-C com percentagem de impurezas tais como Si,Mn, P e S, o ferro "gusa".

2. No cadinho, sobrenadando o gusa, uma escória, constituída principalmente de CaO,  SiO2,  Al2O3 e MgO.

3. No topo do forno, saindo pela tubulação captadora, gáses onde predominam o nitrogênio ( 60%), Co (25%)  CO2 (10%) , hidrogênio em teôres de aproximadamente 4%, e hidrocarbonetos diversos.

Balanço de massas no alto-forno

No balanço de massas dos materiais carregados e dos produtos obtidos, temos os seguintes valores aproximados, por tonelada de ferro gusa fabricado.

 

Matérias primas:-

Calcário...............aprox.  370 Kg

Coque..................aprox.  900 Kg

Minério ...............aprox. 2000 Kg

Ar     ....................aprox. 3230 Kg    Total....6500 Kg

 

Produtos:-

Ferro gusa ............aprox 1000 Kg

Escória   ...............aprox  700 Kg     Total....6950 Kg

Gases  .................aprox 4800 Kg

                             (3.600 m3)

Reações no alto-forno (O, C, CO2, Fe, FeO, Fe2O3, SiO2, Al2O3, CaO, MgO, MnO2, P2O5, S, etc.)

Os gáses pré-aquecidos entram no AF. em temperatura de 500/600oC fazendo contacto com a carga. 

Um enriquecimento na mistura usando-se oxigênio puro, acarretará elevação de temperatura da entrada do forno (semelhante a uma maior temperatura no gás de entrada).

 A temperatura ocasiona:

a) eliminação da água higroscópica 150oC

b) eliminação da água de hidratação 500ooooC                                                                                       

 

1:- Reação com o O2

          C + O2 ---> CO2

          CO2 + C ---> 2CO ( instabilidade por C e temperatura ) 

 

 

2:- Reação com o CO.                                       

Os  espaços vazios  são  preenchidos  pelo CO  da  atmosfera redutora do forno acontecendo a redução indireta.                                                                                             

          2 Fe2O3 + 8 CO ---> 4 Fe + 7 CO2 + C

 

3:- Reações com o ( CO  + C )           (455oC)

          3 Fe2O3 + CO ---> 2 Fe3O4 + CO2      

          3 Fe2O3 + C  ---> 2 Fe3O4 + CO

          Fe3O4 + CO ---> 3 FeO   + CO2        (570oC)

          Fe3O4 + C  ---> 3 FeO   + CO

          FeO   + CO ---> Fe    + CO2         (750oC)

          FeO   + C  ---> Fe    + CO

 

4:- Reações com o CO2.

O Fe formado e demais óxidos são reoxidados pelo CO2 na parte alta da cuba.    

          Fe    + CO2---> FeO   + CO        (800oC)

         3 FeO   + CO2---> Fe3O4 + CO  

         2 Fe3O4 + CO2 ---> 3 Fe2O3 + CO

 

5:-  Reações do CaCO3.

A 800/900oC , a formação de escória, abaixa o ponto de fusão da mistura.

          CaCO3 + (aquec) ---> CaO + CO2   

          MgCO3 + (aquec) ---> MgO + CO2 

 

6:- Reações do  CO

Em temperaturas acima de 950oC e a medida que se vai descendo no interior do forno, as reações do CO se tornam mais intensas.

          3 Fe2O3  + CO ---> 2 Fe3O4  + CO2

          Fe3O4  + CO ---> 3 FeO + CO2

          FeO + CO ---> Fe  + CO2   ( operação final gerando o ferro metálico esponjoso)

 

7:- Reações com o C (absorção pelos óxidos).

Neste ponto, em temperaturas de 950/1450oC, a absorção do carbono, aumenta a superfície de contacto e baixa o ponto de fusão tornando a massa totalmente esponjosa

          Fe2O3  + 3 C  ---> 2 Fe + 3 CO                                               

          Fe3O4  + 4 C  ---> 3 Fe + 4 C

          FeO  + C  ---> Fe + CO

 

 

8:- Reações com o C (absorção pelo ferro).

O ferro absorve o carbono, formando o Fe3C ( carbeto de ferro ou cimentita) que em regiões de altas temperaturas,( acima das ventoeiras) liga-se ao ferro formando o ferro "gusa".

 

9:- Reações da escória.

          a) SiO2 + C  ---> Si + CO2

              SiO2 + CaO ---> CaO.SiO2

          b)  2 P2O5 + 5 C ---> 4 P + 5 CO2

               CaO + P2O5 ---> CaO.P2O5

               CaO.P2O5 + SiO2 + 5 C ---> CaO.SiO2 + 2 P + 5 CO

               5 FeO + 2 P ---> 5 Fe + P2O5

               FeO + P2O5 ---> FeO.P2O5  ( ganga fosfórica )

          c)  FeS + CaO ---> FeO + CaS (escória )

          d) 2 MnO2 + CO ---> Mn2O3 + CO2

              3 Mn2O3 + CO ---> 2 Mn3O4 + CO2

              Mn3O4 + CO ---> 3 MnO + CO2

              MnO + SiO2 ---> MnO.SiO2  ( ganga ).

          e) CaO + Al2O3 + SiO2 ---> CaO.Al2O3.SiO2            

 Os metais sódio, potássio, zinco e  estanho, vaporizam-se e, se condensados em regiões frias, depositam-se nos refratários, danificando-os. 

 

Equipamentos auxiliares do alto-forno

Para insuflar e aquecer o ar no alto forno, são empregados equipamentos soprantes , permutadores de calor. e sistemas de purificação dos gáses que saem do alto forno   em razão de ser mistura combustível com 800 a 900 kcal/m3 .

Uma têrça parte destes gáses é aproveitada na usina, para aquecer o ar insuflado por meio do calor desenvolvido na sua queima.

O restante do gás é utilizado para acionar motores a gás ou aquecer caldeiras .

Os motores são usados para produzir energia elétrica que aciona os motores  das sopradoras.

1:- Maquinas sopradoras:-

Dois tipos fornecem pressão ao ar nas ventaneiras

a) Compressores a pistão com movimento alternativo, movidos por maquinas a vapor ou por motores a gás.

b) Compressores centrífugos ou turbocompressores, movidos por turbinas a vapor ou motores elétricos.

A pressão de entrada do ar no forno, é determinada em razão da altura do mesmo, geralmente na ordem de 0,9/1,7 Kg/cm2, com vazão de 1250/2800 m3/m e produção de 1500 t/dia.

A capacidade de um forno ( produção ) varia diretamente com a intensidade do ar (m3/m)

A velocidade de funcionamento de um alto-forno, era antigamente controlada pela pressão nas ventoeiras mantida constante e atualmente isto se faz pelo contrôle de vazão de ar dos compressores de modo constante, isto acarretando uso de equipamentos turbocompressores.

2:-Trocadores de calor

Tem a finalidade primordial de aquecer o ar a ser insuflado no alto forno, podem ser de dois tipos:

a) O ar aquecido, circula em tubos de  áço-liga especial ou de ferro fundido, que são aquecidos exteriormente em uma câmara onde circulam gáses quentes resultantes da combustão do gás de alto-forno.

Por condutibilidade térmica, o calor é transmitido através da parede aquecendo o ar a ser insuflado.

b) Em cilindros verticais regeneradores chamados "cowpers".

O interior do cilindro é composto de duas câmaras.

Em uma delas,  acontece a combustão  após contacto com as paredes aquecidas em ciclo anterior, da  mistura dos gáses e ar frio ( atmosférico ) que entra no recuperador por tiragem natural.

Outra, de regeneração, construída em refratários com resistência a altas temperaturas e dispostos de forma gradeada

Os gáses provenientes da combustão são lançados a atmosfera via chaminé.

A segunda câmara, se aquece ao reter o calor de combustão da primeira câmara.

Em períodos intermitentes, quando a câmara esta aquecida, (após duas horas de combustão) desviam-se os gáses para queima em chaminé atmosférica e a seguir para outro "cowper". 

Faz-se passar ar frio (atmosférico) em sentido inverso na câmara de combustão aquecida, recuperando-se assim, o calor retido nas placas ou tijolos.

O ar agora aquecido, (aprox 1000oC) é encaminhado ao alto-forno pelos insufladores.

A continuidade da operação é garantida pelo uso de três ou quatro "cowpers" para cada alto-forno, em sistema de troca. Enquanto  dois estão sendo aquecidos um terceiro  estará fornecendo calor ao ar a ser insuflado.

Cada 100oC de aquecimento do ar proporciona a economia de 40 Kg de coque por tonelada de ferro, e o ar se não aquecido, por seu imenso volume e velocidade, irá resfriar o forno acarretando inclusive sua paralisação.

Atualmente, pode-se substituir os recuperadores de calor de uso intermitente, por trocadores de calor tubulares e de funcionamento ininterrupto,  em contra corrente, devido o desenvolvimento de novas ligas metálicas com resistência a altas temperaturas.

Equipamento de purificação do gás de alto-forno:

Tem a finalidade de remover os sólidos em suspensão nos gáses de alto-forno, de 5/25g de pó por m3 a teôres menores que 0,02g de sólidos por m3.  O gás assim purificado, pode ser usado nos motores a gás, caldeiras e "cowpers".

Equipamentos podem retirar cerca de 30t de pó por dia (5000m3 de ar por tonelada de ferro - 600 toneladas dia )

Fundamentalmente, constitui-se de várias unidades em série, e atendem a três etapas de purificação:-

a) despoeiramento primário e a sêco com uso dos tradicionais coletores de partículas, ciclones.

b) lavagem dos gáses por meio de aspersão de água em tôrres. (scrubbers)

c)lavagem em coletores centrífugo-mecânico, ou uso de precipitadores eletrostáticos.

Equipamentos de carga do alto forno.

A carga do alto-forno pode acontecer de duas maneiras:-

a) Processo manual, atualmente em abandono , consiste na colocação das matérias primas em caçambas e estas levadas até a bôca do forno por meio de elevadores verticais ou guindaste.

Após abertura do forno, a caçamba é descarregada, com saída de grande quantidade de gases, inflamáveis e tóxicos.

b) Processo automático, sem escapamento de gáses.

O carregamento é feito com as utlização de "skips" (carrinhos) conduzidos em planos inclinados em dupla linha de rodagem.

No tôpo do forno, duas tremonhas colocadas uma sobre outra, encontram-se fechadas pelos respectivos cones de fechamento. A tremonha superior estando fechada recebe a carga , após, o abaixamento do cone, abre a tremonha e permite que a carga caia na tremonha inferior que encontra-se fechada.

Fecha-se a tremonha superior e abre-se a inferior, permitindo assim a entrada da carga no alto-forno.

A carga ocorre  em sistema estanque não permitindo a saída dos gáses para a atmosfera.

Escória:-

Material residual do processo de obtenção do ferro "gusa"

Composição, 35% de SiO2, 45% de CaO, 15% de Al2O3 , MgO, S, MnO,etc. (variável em razão da composição do minério) é um silicato duplo de aluminio e cálcio, apresentando-se de cor cinza clara se o processo transcorreu-se normalmente e, de cor negra (devido conteúdo de ferro) se a temperatura do processo foi insuficiente. 

A escória além de retirar as impurezas contaminantes do ferro, serve de isolante, evitando a reoxidação do metal pelo ar que entra no AF.

O tratamento posterior da escória, segue variáveis em razão de sua composição e uso que se destina.

1:-Ricas em SiO2 e  pobres em enxôfre, uso pulverizadas para obtenção da "lã de rocha".

2:-Solidificadas em blocos, beneficiadas para uso como britas.

3:-Resfriadas com choque térmico com água em movimento, produzem a areia de escória com uso em fertilizantes e na indústria do cimento.

Contrôle de funcionamento de um Alto-forno.

Pela observação dos gáses, (análises) pode ter idéia das reações que se desenvolvem nas diversas partes do AF. e, se o mesmo trabalha ou não com a redução completa.

O ar injetado no forno, contêm 26,5 volumes de oxigênio por 100 volumes de nitrogênio.

Um volume de oxigênio, produz um volume de CO2.

Na ventaneiras, o ar se transforma totalmente em CO, obtendo-se portanto 53 volumes de CO por 100 volumes de nitrogênio, estas considerações são utilizadas para o contrôle do forno a partir das analises dos gáses nas suas diversas fases.(cálculos estequiométricos)

 

Qualidades do ferro gusa ou ferro fundido comum.

Conforme a forma do carbono presente, do teôr de impurezas presentes, e da velocidade de esfriamento, classificam-se os gusas em dois tipos extremos:

Gusa branco:- Produto duro, com fratura clara, com o carbono quase todo combinado sob forma de carbeto com densidade maior que 7, funde-se a 1050oC.

São gusas pobres em silício e carbono, fabricadas em alto-forno e com resfriamento rápido , que não permite a separação do carbono e ferro

Gusa cinzento:- Produto mais mole, com fratura escura, onde o carbono encontra-se em sua maior parte livre e em forma de grafita  possui densidade acima de 7 e funde-se a 1220oC. 

São gusas ricos em silício e carbono, fabricadas com esfriamento lento, com separação do carbono e do ferro.

Tipos especiais de ferro fundido:-

O ferro gusa e o ferro fundido (obtido pela refusão do gusa) são produtos que se solidificam a temperaturas em torno de 1200oC ou seja aproximadamente 300oC abaixo do aço.

O ferro fundido é matéria  mais procurada que o  aço para produzir-se péças fundidas, porque o custo de produção é menor.

Em contrapartida, tanto o gusa como o ferro fundido, não podem ser solicitados por esforços de tração ou submetidos a choques, pois sòmente resistem bem aos esforços de compressão.

Com o intuito de obter-se aproximação das propriedades do ferro fundido com as do  aço, tais como, resistência a tração e choque, utilizam-se processos visando modificar a estrutura lamelar da grafita em uma estrutura nodular

a) Usando resfriamento lento, de 900 a 700oC ( a razão de 5 a 10oC por hora ) o que o transforma em ferro fundido maleável porém de preço elevado.

b) Usando durante a refusão, adição de magnésio em forma de liga, atua, na solidificação de forma a distribuir a grafita em nódulos.

É descoberta recente e representa material barato, de boa usinabilidade e ductibilidade.

 

 

Ferros fundidos especiais:-

A adição de um ou mais elementos tais como Ni, Cr, Si, etc, durante a refusão do gusa em "cubilô" gera produtos:-

"Niresist" - 14% de Ni, 2% de Cr,  com resistência a alta temperaturas.

"Duriron"  - 13 a 15% de Si,  com resistência a soluções ácidas.

"Nihard" -4,5% de Ni, 2% de Cr,  com resistência a abrasão e choque ao mesmo tempo. (bolas de moinho)

O metal fundido em alto-forno, é derramado em moldes, diretamente ou em cadinhos, que o encaminha as maquinas prensas, lingotadeiras, de perfilagem etc.

O ferro gusa é uma forma de ferro impuro com altos teôres de carbono (acima de 2%) sendo parte livre e parte combinada, contendo como impurezas, fósforo, silício e enxôfre.

A diferença fundamental entre o ferro e o aço, refere-se ao seu teôr de carbono, sendo aceito por convenção a nomenclatura de " aço" para teôres menores que  1,7%  em carbono.