Camada Física

Transmissão, Meios e Codificação

O que faz a Camada Física?

Segundo Tanenbaum (Cap. 2.1), ela cuida da transmissão bruta de bits. Isso inclui:

  • Especificação Mecânica – conectores, pinos (RJ-45, LC).
  • Especificação Elétrica – níveis de tensão, temporização de sinais.
  • Especificação Funcional – interpretação lógica dos níveis (0, 1).
  • Especificação Procedimental – handshaking e sequência de eventos.

Serial vs. Paralela

Serial envia bit a bit por um único fio; Paralela usa vários fios simultâneos. Hoje, serial domina (USB, Ethernet, RS-232) porque é mais simples e sofre menos interferência.

TipoVantagensDesvantagensExemplos
Serial Longas distâncias, menos crosstalk Taxa limitada pelo canal USB, 1000BASE-T, RS-232
Paralela Até N bits por ciclo Sincronismo difícil, crosstalk IDE, SCSI, impressoras antigas

Meios de Transmissão

São guiados (UTP, fibra) e não-guiados (Wi-Fi, rádio). Cada um tem seu alcance, atenuação e largura de banda:

Referências: Kurose Cap. 1, Tanenbaum 1

meios.txt
Guiados:
• UTP Cat6A – 10 Gbps @ 100 m (RJ-45)
• Fibra Monomodo – > 100 Tbps @ 10 km (LC/SC)
Não-guiados:
• Wi-Fi 6 (802.11ax) – 9.6 Gbps @ 30 m
• 5G mmWave – 20 Gbps @ 500 m

Hands-On

Use em Linux: ethtool eth0 para ver velocidade, duplex e status.

check_interface.sh
user@host:~$ ethtool eth0
Settings for eth0:
• Speed: 1000Mb/s
• Duplex: Full
• Auto-negotiation: on

Atividade (10 min): Rode ethtool eth0, anote os parâmetros e discuta como a auto-negociação afeta a camada física.

Cabos e Conectores

Padrões e Práticas

Especificações Técnicas

Atente em atenuação e banda de cada meio:

cable_specs.txt
UTP Cat6A: Atenuação ~20 dB/100 m @ 100 MHz
Fibra Monomodo: Atenuação 0.35 dB/km @ 1310 nm

Padrões Ethernet

  • 10BASE-T (10 Mbps, Cat3)
  • 100BASE-TX (100 Mbps, Cat5)
  • 1000BASE-T (1 Gbps, Cat5e)
  • 10GBASE-T (10 Gbps, Cat6A)

Crimpagem de Cabos de Rede Ethernet

A crimpagem é o processo de fixar o conector RJ-45 na ponta de um cabo de rede (UTP/FTP), conectando os fios internos na ordem correta para garantir a comunicação.

---

Padrões T568A e T568B: Qual Usar?

Existem dois padrões de organização dos fios dentro do conector RJ-45, definidos pela EIA/TIA-568-B:

Padrão T568A

Este é o padrão preferencial para instalações novas, especialmente nos EUA, e é mais comum em ambientes governamentais e residenciais.

Pino Cor do Fio (T568A)
1 Branco/Verde
2 Verde
3 Branco/Laranja
4 Azul
5 Branco/Azul
6 Laranja
7 Branco/Marrom
8 Marrom

Padrão T568B

Este é o padrão mais utilizado comercialmente e o mais comum na maioria das instalações de rede Ethernet ao redor do mundo, incluindo o Brasil. É o padrão de fato para a maioria das redes corporativas.

Pino Cor do Fio (T568B)
1 Branco/Laranja
2 Laranja
3 Branco/Verde
4 Azul
5 Branco/Azul
6 Verde
7 Branco/Marrom
8 Marrom

Cabo Direto (Straight-Through): Se você vai conectar um computador a um switch/roteador, use o MESMO padrão (T568A-T568A ou T568B-T568B) nas duas pontas do cabo.

Cabo Crossover: Se for conectar dois dispositivos iguais (ex: PC a PC, Switch a Switch antigo, Roteador a Roteador), você precisaria de um cabo crossover, onde uma ponta é T568A e a outra T568B. No entanto, a maioria dos equipamentos modernos possui **Auto-MDI/MDIX**, que detecta automaticamente a necessidade de crossover e ajusta a porta, tornando cabos crossover quase obsoletos para Gigabit Ethernet e superiores.

---

Crimpagem Prática: O Passo a Passo

Crimpagem exige precisão para garantir uma conexão estável e sem erros. Siga os passos com atenção:

Guia de Crimpagem Rápida
1. Descascar o Cabo (~2 cm)
2. Desenrolar e Ordenar os Fios (Padrão A ou B)
3. Cortar os Fios Retos e Alinhados
4. Inserir os Fios no Conector RJ-45
5. Crimpar o Conector
6. Testar o Cabo
  1. Descascar a Capa do Cabo (aprox. 2 cm):
    • Use o alicate de crimpar (que geralmente possui uma lâmina para decapagem) para remover cuidadosamente cerca de 2 centímetros da capa externa do cabo.
    • **Cuidado:** Não corte os fios internos e evite danificar o isolamento de cada par trançado.
  2. Desenrolar e Ordenar os Fios:
    • Desentrelace os pares de fios coloridos (Branco/Cor e Cor Sólida).
    • Alise cada fio o máximo possível para que fiquem retos e paralelos.
    • **Muito Importante:** Organize os fios na sequência exata do padrão que você escolheu (T568A ou T568B) – da esquerda para a direita, com o clipe do conector RJ-45 voltado para baixo/longe de você.
    • Mantenha-os bem juntos e alinhados.
  3. Cortar os Fios Retos e Alinhados:
    • Com os fios na ordem e bem juntos, use o alicate de crimpar para cortar as pontas dos fios de forma que fiquem perfeitamente retos e com cerca de 1.2 a 1.5 cm de comprimento (após o ponto onde a capa externa termina). Isso é crucial para que todos os fios alcancem os pinos do conector.
  4. Inserir os Fios no Conector RJ-45:
    • Segure o conector RJ-45 com o clipe virado para baixo.
    • Cuidadosamente, insira todos os 8 fios (já na ordem correta) no conector, empurrando-os até o final.
    • Verifique se cada fio alcançou a extremidade do conector e se a capa externa do cabo (não apenas os fios isolados) entrou um pouco no conector, para que seja presa pela ferramenta de crimpagem e dê estabilidade.
  5. Crimpar o Conector:
    • Insira o conector RJ-45 (com os fios já dentro) no compartimento apropriado do alicate de crimpar.
    • Pressione o alicate firmemente e completamente até ouvir um "clique" e sentir que o conector foi fixado. Isso irá empurrar os pinos metálicos do conector para baixo, perfurando o isolamento de cada fio e fazendo contato.
  6. Testar o Cabo:
    • A melhor forma de garantir que a crimpagem foi bem-sucedida é usar um **testador de cabos de rede**.
    • Conecte uma ponta do cabo em uma porta do testador e a outra ponta na outra. O testador acenderá as luzes em sequência (de 1 a 8) se todos os fios estiverem conectados corretamente e na ordem certa.
    • Se alguma luz não acender ou a sequência estiver incorreta, a crimpagem falhou em algum ponto e o conector precisará ser refeito.

A prática leva à perfeição! Não desanime se as primeiras crimpagens não saírem perfeitas. A atenção aos detalhes e a paciência são fundamentais para criar cabos de rede confiáveis.

Lab (15 min): Monte cabo T568B, teste no certificador e compare latências em cabo UTP vs fibra no Packet Tracer.

Comparativo de Latência: Cobre vs. Fibra Óptica

A **latência** é o atraso na transmissão de dados e é um fator crítico na performance da rede. Embora ambos os meios (cobre e fibra) transmitam sinais em velocidades próximas à da luz, suas propriedades físicas geram diferenças notáveis, especialmente em longas distâncias.

  • **Cobre (UTP/STP):** Transmite dados via sinais **elétricos**. A velocidade de propagação do sinal no cobre é menor (cerca de 60-70% da velocidade da luz no vácuo) e é mais suscetível a interferências eletromagnéticas.
  • **Fibra Óptica:** Transmite dados via pulsos de **luz**. A luz viaja mais rapidamente através do vidro (com menor atenuação) e é imune a interferências eletromagnéticas, resultando em menor latência e maior alcance.
---

Latência: Cobre vs Fibra

No Packet Tracer, podemos simular essas diferenças. Para isso, você montará um cenário onde dois dispositivos podem se comunicar tanto por um cabo de cobre (UTP) quanto por um cabo de fibra óptica. Desativando um dos caminhos, você força o tráfego pelo outro e compara os tempos de ping.

Cenário no Packet Tracer:

  1. Adicione **dois Switches** (ex: 2960-24TT) à sua topologia.
  2. Adicione **dois PCs** (PC1 e PC2) e conecte um em cada switch via cabo **Copper Straight-Through**.
  3. **Adicione Módulos de Fibra** aos Switches: Clique em cada switch, vá na aba **"Physical"**, desligue o switch e arraste um módulo **"PT-HOST-1GE"** (ou similar) para um slot vazio. Ligue o switch novamente.
  4. Conecte os **dois Switches** entre si utilizando:
    • Um cabo **Copper Straight-Through** (cobre).
    • Um cabo **Fiber Straight-Through** (fibra), usando as portas dos módulos que você adicionou.
  5. Configure os **endereços IP** nos PCs na mesma rede. Exemplo:
    • **PC1:** `192.168.1.10` / `255.255.255.0`
    • **PC2:** `192.168.1.11` / `255.255.255.0`

Procedimento de Teste:

Para isolar o teste em cada meio, você precisará desativar temporariamente uma das conexões entre os switches via CLI (Command Line Interface) de um dos switches.

  1. No **Switch1 (CLI)**, entre no modo de configuração global:
    Switch> enable
    Switch# configure terminal
  2. **Teste com Cabo de Cobre (UTP):**
    • **Desative a porta de Fibra** no Switch1. Exemplo (ajuste o nome da interface para a sua porta de fibra):
      Switch(config)# interface GigabitEthernet0/1  (supondo que G0/1 seja a fibra)
      Switch(config-if)# shutdown
    • No **PC1**, abra o **Command Prompt** e execute o ping para o PC2:
      user@pc1:~$ ping -c 4 192.168.1.11
    • Anote o tempo médio (`time=Xms`) das respostas. Este será o tempo via UTP.
  3. **Teste com Cabo de Fibra:**
    • No **Switch1 (CLI)**, reative a porta de Fibra e **desative a porta de Cobre**. Exemplo:
      Switch(config-if)# no shutdown (para reativar a fibra)
      Switch(config-if)# exit
      Switch(config)# interface FastEthernet0/1 (supondo que F0/1 seja o cobre)
      Switch(config-if)# shutdown
    • No **PC1**, abra o **Command Prompt** novamente e execute o ping para o PC2:
      user@pc1:~$ ping -c 4 192.168.1.11
    • Anote o tempo médio (`time=Xms`) das respostas. Este será o tempo via Fibra.

Resultados Esperados:

No exemplo abaixo, você veria uma diferença perceptível (ainda que pequena no Packet Tracer, devido à natureza da simulação em ambiente controlado). Em redes reais, essa diferença se amplifica com a distância.

latency_test.sh
user@pc1:~$ ping -c4 192.168.1.11
Reply from 192.168.1.11: bytes=32 time=0.8ms TTL=128 (Via UTP)
Reply from 192.168.1.11: bytes=32 time=0.8ms TTL=128
Reply from 192.168.1.11: bytes=32 time=0.9ms TTL=128
Reply from 192.168.1.11: bytes=32 time=0.8ms TTL=128

user@pc1:~$ ping -c4 192.168.1.11
Reply from 192.168.1.11: bytes=32 time=0.3ms TTL=128 (Via Fibra)
Reply from 192.168.1.11: bytes=32 time=0.2ms TTL=128
Reply from 192.168.1.11: bytes=32 time=0.3ms TTL=128
Reply from 192.168.1.11: bytes=32 time=0.2ms TTL=128

Apesar de os milissegundos no Packet Tracer serem valores simulados e geralmente muito pequenos, essa prática ilustra o princípio de que a **fibra óptica** tende a oferecer **menor latência** e maior velocidade de transmissão de dados em comparação com o **cobre**, especialmente em distâncias maiores e para aplicações que exigem alta performance.

Modulação e Codificação

Transformando Bits em Sinais Transmissíveis

A Camada Física não apenas envia bits brutos, mas precisa saber **como** esses bits serão representados no meio de transmissão. É aqui que entram a **Codificação Digital** e a **Modulação Analógica**.

---

1. Codificação Digital: Bits em Pulsos Elétricos/Ópticos

A **codificação digital** é a forma como sequências de 0s e 1s são convertidas em sinais elétricos (para cabos de cobre) ou pulsos de luz (para fibra óptica). Cada método tem suas vantagens e desvantagens em termos de custo, complexidade, sincronização e eficiência.

codificacao_digital.txt
NRZ-L (Non-Return-to-Zero Level):
- Simples: '1' = Tensão Alta, '0' = Tensão Baixa.
- **Problema:** Longas sequências de '0's ou '1's causam perda de sincronismo (receptor não sabe onde um bit termina e outro começa).
- **Uso:** Interno em circuitos digitais, comunicação de curta distância sem necessidade de auto-sincronismo.
Manchester:
- Mais complexo: Uma transição de sinal no **meio de cada bit** (para cima ou para baixo).
- '1' = transição de baixo para alto; '0' = transição de alto para baixo.
- **Vantagem:** Auto-sincronismo garantido por cada transição.
- **Uso Comum:** Ethernet 10BASE-T (a "Ethernet clássica" de 10 Mbps).
- **Exemplo Visual:** Bit 1: _--_ / Bit 0: --- (imagine a transição no meio)
4B/5B (Quatro Bits / Cinco Bits):
- Codifica 4 bits de dados em 5 bits de sinal.
- **Vantagem:** Garante transições de sinal para sincronismo e melhor detecção de erros.
- **Eficiência:** 80% (pois para cada 4 bits de dados, 1 bit extra é adicionado para codificação).
- **Uso Comum:** Fast Ethernet (100BASE-TX) e FDDI.
PAM-5 (Pulse Amplitude Modulation 5-level):
- Utiliza 5 níveis de tensão (ou amplitude de pulso) para representar os dados.
- **Vantagem:** Cada pulso pode representar múltiplos bits (por exemplo, 2 bits por pulso se 4 níveis fossem usados, ou mais com 5 níveis), aumentando a eficiência da banda.
- **Uso Comum:** Gigabit Ethernet (1000BASE-T). Permite 1 Gbps em cabos UTP Cat5e/6.

Exemplo Visualizando Manchester:

Para o bit '1', o sinal pode ir de baixo para alto no meio do intervalo do bit. Para o bit '0', vai de alto para baixo. Isso garante que sempre haverá uma mudança no sinal, permitindo que o receptor se mantenha sincronizado com o transmissor.

(*Imagine um gráfico de ondas aqui, com as transições de nível no meio de cada bit para 1 e 0*)

---

2. Modulação Analógica: Bits em Ondas de Rádio/Luz

Quando a transmissão ocorre em meios analógicos (como ondas de rádio no Wi-Fi, linhas telefônicas para DSL, ou luz para fibra óptica que passa por conversores analógicos), os bits digitais precisam "modular" uma onda portadora analógica. Isso significa alterar uma característica dessa onda (amplitude, frequência ou fase) para representar 0s e 1s.

Técnica Descrição Exemplos de Uso
ASK (Amplitude Shift Keying) Varia a **amplitude** (força) da onda portadora. O '1' tem amplitude alta, o '0' tem amplitude baixa (ou ausência de sinal). Fibras ópticas básicas (on-off keying), rádios de comunicação de curta distância, modems antigos.
FSK (Frequency Shift Keying) Varia a **frequência** da onda portadora. Uma frequência representa '1', outra frequência representa '0'. Modems de banda estreita (dial-up) mais antigos, transmissão de dados via rádio, alguns sistemas de alarme.
PSK (Phase Shift Keying) Varia a **fase** da onda portadora. O '1' pode ser uma fase, o '0' outra fase (ex: 0 graus vs 180 graus). Wi-Fi (802.11a/g/n/ac), DSL (Digital Subscriber Line), RFID. PSK é muito comum em sistemas sem fio modernos.
QAM (Quadrature Amplitude Modulation) Combina variações de **amplitude (ASK)** e **fase (PSK)** simultaneamente. Isso permite representar múltiplos bits por "símbolo" (ou variação da onda), aumentando significativamente a taxa de dados. Modems a cabo (DOCSIS), Wi-Fi moderno (802.11ax/Wi-Fi 6), tecnologias 4G/5G, transmissão de TV digital. QAM é essencial para altas velocidades.

Exemplo Prático de Modulação: Seu modem de internet a cabo ou DSL usa QAM para espremer centenas de megabits por segundo através de um único cabo ou linha telefônica, enquanto seu Wi-Fi usa principalmente PSK e QAM para transmitir dados sem fio.

---

3. Multiplexação: Compartilhando o Meio

A multiplexação permite que múltiplos sinais (ou usuários) compartilhem o mesmo meio de transmissão, otimizando o uso da banda disponível. É como ter várias conversas na mesma linha telefônica sem que uma interfira na outra.

  • TDM (Time-Division Multiplexing):

    • Divide o tempo de transmissão em "slots" (fatias). Cada usuário/sinal usa o canal por um curto período de tempo, de forma sequencial.
    • **Analogia:** Várias pessoas conversando no walkie-talkie, mas só uma fala por vez.
    • **Uso:** Linhas telefônicas digitais (T1/E1), SONET/SDH.
  • FDM (Frequency-Division Multiplexing):

    • Divide a largura de banda total em diferentes "canais de frequência". Cada usuário/sinal é atribuído a uma frequência diferente.
    • **Analogia:** Estações de rádio (FM/AM) transmitindo em frequências diferentes ao mesmo tempo.
    • **Uso:** Rádio e TV analógicos, telefonia celular 2G.
  • WDM (Wavelength-Division Multiplexing) em Fibra Óptica:

    • Uma forma de FDM para fibra óptica. Em vez de frequências de rádio, usa diferentes **comprimentos de onda (cores)** de luz para transmitir múltiplos sinais simultaneamente por uma única fibra.
    • **Analogia:** Um único "tubo" de fibra carregando várias "cores" de luz, cada uma levando um stream de dados diferente.
    • **Uso:** Backbone da internet, redes de fibra óptica de alta capacidade (transmissão de terabits por segundo). DWDM (Dense WDM) permite dezenas de canais em uma única fibra.
  • OFDM (Orthogonal Frequency-Division Multiplexing):

    • Uma técnica complexa que divide um único fluxo de dados em muitos fluxos de dados de baixa velocidade e os transmite em várias subportadoras de frequência ortogonais (que não interferem umas nas outras).
    • **Vantagem:** Muito robusta contra interferência e desvanecimento, e eficiente no uso do espectro.
    • **Uso:** Wi-Fi (802.11a/g/n/ac/ax), 4G (LTE), 5G (NR), ADSL, DVB-T (TV Digital).
---

W-Lab: Inspecionando Sua Conexão Wi-Fi no Linux

Você pode explorar os parâmetros da sua própria interface de rede sem fio no Linux para ver como algumas dessas características da camada física se manifestam na prática.

wifi_info.sh
user@host:~$ iwconfig wlan0
wlan0 IEEE 802.11abgn ESSID:"Sua_Rede_Wi-Fi"
          Mode:Managed  Frequency:2.412 GHz  Access Point: XX:XX:XX:XX:XX:XX  
          Bit Rate=54 Mb/s    Tx-Power=15 dBm  
          Link Quality=70/70  Signal level=-40 dBm  
          Rx invalid nwid:0  Rx invalid crypt:0  Rx invalid frag:0
          Tx excessive retries:0  Invalid misc:0  Missed beacon:0
Atividade Prática (15 min):
1. Abra um terminal Linux (ou SSH para um dispositivo Linux com Wi-Fi).
2. Execute iwconfig wlan0 (substitua wlan0 se sua interface sem fio tiver outro nome, como wlp2s0, que pode ser descoberto com ip a).
3. Anote e discuta os seguintes parâmetros:
  • Frequency (Frequência): Indica em qual banda de rádio (2.4 GHz ou 5 GHz) sua conexão está operando. Como isso se relaciona com FDM?
  • Bit Rate (Taxa de Bits): A velocidade de transmissão atual. Como a modulação (PSK/QAM) e a codificação de linha afetam essa taxa?
  • Link Quality (Qualidade do Link) e Signal Level (Nível do Sinal): Como esses parâmetros físicos afetam a capacidade de transmitir os bits de forma confiável?
4. Compare com a saída de ethtool eth0 (se disponível em outra interface) e discuta as diferenças em termos de informação da camada física.

1. Qual técnica de codificação é usada no Ethernet 10BASE-T?

a) NRZ
b) Manchester
c) 4B/5B
d) PAM-5

Resposta Correta: b) Manchester
O Ethernet original (10BASE-T) usa codificação Manchester que fornece transições regulares para sincronização de clock, embora tenha apenas 50% de eficiência (Tanenbaum, Cap. 2.5).

2. Qual meio tem maior largura de banda potencial?

a) UTP Cat6A
b) Fibra monomodo
c) Coaxial RG-6
d) Wi-Fi 6

Resposta Correta: b) Fibra monomodo
Fibra monomodo pode atingir >100Tbps em sistemas DWDM (Tanenbaum, Cap. 4.4 e 4.4.2), enquanto UTP Cat6A chega a 10Gbps, coaxial a 1Gbps e Wi-Fi 6 a 9.6Gbps.

3. Qual técnica combina modulação de amplitude e fase?

a) FSK
b) PSK
c) QAM
d) NRZ

Resposta Correta: c) QAM
Quadrature Amplitude Modulation (QAM) combina variações de amplitude e fase para aumentar a eficiência espectral, usada em modems (16-QAM, 64-QAM, 256-QAM).

4. Qual comando Linux exibe configurações de uma interface Wi-Fi, mostrando frequência e qualidade do sinal?

a) ethtool
b) iwconfig
c) ifconfig
d) traceroute

Resposta Correta: b) iwconfig
O iwconfig mostra parâmetros de interfaces sem fio (ESSID, frequência, Tx-Power, qualidade), enquanto ethtool é para Ethernet, ifconfig exibe IPs e traceroute mostra rotas (Tanenbaum, Cap. 2.1).

5. Em multiplexação óptica DWDM, qual técnica é empregada?

a) TDM
b) FDM
c) WDM
d) OFDM

Resposta Correta: c) WDM
Wavelength-Division Multiplexing (WDM) utiliza múltiplos comprimentos de onda na fibra para transmitir canais paralelos, técnica central em DWDM (Tanenbaum, Cap. 2.5.4).

6. Qual esquema de codificação mapeia 4 bits em 5 para garantir transições regulares?

a) NRZ-L
b) Manchester
c) 4B/5B
d) PAM-5

Resposta Correta: c) 4B/5B
No 4B/5B, cada grupo de 4 bits é codificado em 5 bits com garantia de transições, usado em Fast Ethernet para manter sincronização sem DC (Tanenbaum, Cap. 2.5).

7. Qual conector é típico em links de fibra monomodo de longa distância?

a) RJ-45
b) BNC
c) LC
d) USB-C

Resposta Correta: c) LC
O conector LC (Lucent Connector) é compacto e padronizado em enlaces monomodo de alta velocidade; o RJ-45 é para cobre, BNC para coaxial e USB-C para periféricos.

8. Qual tipo de comunicação é mais suscetível a problemas de sincronismo em longas distâncias?

a) Serial
b) Paralela
c) Ambas igualmente
d) Nenhuma

Resposta Correta: b) Paralela
A comunicação paralela sofre com problemas de sincronismo (crosstalk e skew) em longas distâncias devido a múltiplos canais, enquanto a serial é mais simples e confiável (Tanenbaum, Cap. 2.1).

9. No Packet Tracer, por que a latência em fibra óptica é menor que em cabo UTP?

a) Maior largura de banda
b) Menor atenuação
c) Velocidade da luz no meio
d) Menor peso do cabo

Resposta Correta: c) Velocidade da luz no meio
A fibra óptica tem menor latência porque a luz se propaga mais rápido (~2/3 da velocidade da luz) em comparação com sinais elétricos no cobre (~1/2 da velocidade da luz) (Tanenbaum, Cap. 2.2.2, 2.2.3, 2.2.4)).

10. Qual técnica de multiplexação é usada em redes Wi-Fi modernas (802.11ax)?

a) TDM
b) FDM
c) WDM
d) OFDM

Resposta Correta: d) OFDM
Wi-Fi 6 (802.11ax) usa OFDM (Orthogonal Frequency-Division Multiplexing) para transmitir dados em múltiplas portadoras ortogonais, maximizando eficiência espectral (Tanenbaum, Cap. 4.4.2).