Principal  |   Sobre o Prof. Raimundo  |   Deontologia e Medicina Legal  |   Textos
Pat. Animal Especial  |   Pat. Animal Geral  |   Casos Anátomo-Clínicos  |   Contato

CASOS ANÁTOMO-CLÍNICOS


PATOLOGIA DO SISTEMA LOCOMOTOR
Porque nas doenças cervicais compressivas da medula espinhal as alterações clínicas são mais acentuadas nos membros pélvicos do que nos membros torácicos?
A. Corte transversal da coluna vertebral mostrando o corpo de uma vértebra, o canal medular pelo qual passa a medula espinhal e logo abaixo o disco intervertebral. B. Corte transversal da medula espinhal. A área escura em forma de H no centro é a substância cinzenta. FD corresponde ao funículo dorsal, FV - funículo ventral, FL - funículos laterais. A linha pontilhada entre FD e FL corresponde à localização mais superficial das fibras nervosas aferentes associadas aos membros pélvicos.


Resposta: As lesões compressivas cervicais e mesmo as toraco-lombares causam uma mielopatia da medula espinhal progressiva simétrica com paraparesia espástica e ataxia dos membros pélvicos, mais do que dos membros torácicos.

É um enigma? Não. A explicação para isto é que uma lesão compressiva que ocorra de fora para dentro (conforme as setas indicam no desenho A) afeta as fibras mais superficiais dos funículos laterais e dorsal que são tratos proprioceptivos predominantes dos membros pélvicos (conforme ilustrado pela linha pontilhada no desenho B). Esta compressão pode se agravar e lesar ainda mais a medula espinhal, produzindo sinais também nos membros torácicos. Ainda podemos acrescentar o fato de que, estando mais afastados do centro de gravidade do corpo do animal, os membros pélvicos acentuam ainda mais os distúrbios proprioceptivos.



Você é chamado para atender um equino, quarto de milha, 4 anos de idade, de estado nutricional excelente, que está deitado na baia há algumas horas em estado de prostração. A referência do tratador é de que o animal após a lida no dia anterior foi recolhido. Na manhã do dia seguinte o tratador percebeu que o animal não conseguia se manter em estação, transpirava bastante e a urina estava avermelhada. O quadro evolui para o óbito. Na necrópsia você observa que a musculatura do animal, principalmente na região lombar, apresenta uma intensa palidez associada a áreas de edema e necrose.

Na sua análise histopatológica você não caracteriza um quadro infeccioso, mas é atraído para os achados de necrose tubular renal aguda e degeneração e necrose de fibras musculares da região glútea, femural e lombar.
a) qual o diagnóstico?
b) qual a patogenia do processo?



Um bovino, nelore, macho, um ano de idade, em bom estado nutricional, vem a óbito em uma determinada propriedade. O quadro clínico é pobre. O proprietário refere apenas que o animal estava bem no dia anterior e na manhã seguinte o animal tinha dificuldade em erguer os membros posteriores, evoluindo para decúbito lateral e óbito em poucas horas. A necrópsia caracterizou a presença de hemorragia e edema na musculatura do quarto traseiro. Nesta propriedade este é quinto caso com as mesmas características. A vacinação é feita apenas contra Febre Aftosa. Não há nenhuma outra anormalidade no rebanho, exceto estes óbitos recentes. Pergunta-se:
a) quais os possíveis diagnósticos?
b) quais os agentes etiológicos envolvidos?


« Voltar