CRONOLOGIA DE CABEZA DE VACA Inicial Quem foi Cabeza de Vaca Cabeza de Vaca na América do Sul Cronologia Documentos Imagens Curiosidades Fórum |
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Uma breve descrição cronologica da vida de Álvar Núñuz Cabeza de Vaca:
Período mais provável para o nascimento de Álvar
Núñez Cabeza de Vaca.
Novembro, 17 – Cédula real, inclusa na
capitulação dada Cabeza de Vaca em 1540, ordena o fim dos
maus tratos aos índios por parte dos espanhóis, mesmo que
esses tivessem a intenção de convertê-los à
cristandade. Mais ou menos 20 conquistadores, incluindo Pánfilo
de Narváez (1526) e Hernando de Soto (1537), adicionaram esta
cédula às suas capitulações.
Abril – A expedição que leva Álvar
Núñez parte de Cuba em direção à
Flórida. Depois de um furacão, haviam sobrado apena
400 homens e 80 cavalos. Outubro – Cabeza de Vaca está pronto para partir para a
Espanha. Nos últimos dois anos, caminhara quase 4500
quilômetros, desde a costa do Texas. A partida teve de ser
adiada, pois uma tempestade destruiu o navio que o levaria.
No início do Ano, Pedro de Mendoza desiste da
colonização do Rio da Prata. Após um curto
período de convivência pacífica, os índios
da região (caçadores e pescadores nômades) se
cansaram de prover alimentação aos conquistadores e
passaram a atacar. Inexperiência, doença, falta de comida
e guerra tinham derrotado os colonizadores, dos quais em pouco tempo
haviam morrido mais de 1000. Mendoza decide velejar de volta à
Espanha para buscar ajuda, num navio chamado Magdalena. Como
lugar-tenente, nomeou o Capitão Juan de Ayolas, que saíra
em expedição de exploração alguns meses
antes.
Abril, 20 – Enquanto Cabeza de Vaca parte do México em direção à Espanha, o Imperador nomeia Hernando de Soto como governador e adelantado da Flórida, cargo que Álvar Núñez pretendia obter. Julho, 26 – Pedro de Mendoza morre de fome a caminho de Lisboa, no seu barco que navegava pelos Açores. Seu corpo é lançado ao mar. Março, 18 – Um contrato real é firmado com Cabeza
de Vaca, cedendo-lhe o governo da província do Rio da Prata e o
governo de todas as novas terras que ele viesse a descobrir,
conquistar, e estabelecer-se. No entanto, Ayolas seria feito
governador, se ainda estivesse vivo; cabendo a Álvar
Núñez o controle da ilha de Santa Catarina por doze anos.
Caso a morte de Ayolas se confirmasse, o cargo iria para Cabeza de
Vaca. Seu salário anual era de 2000 ducados, mais outros
recursos vindos de impostos, pagados somente pelas receitas da
província. Para obter o posto, deveria gastar pelo menos 8000
ducados na compra de cavalos, suprimentos, roupas, armaduras,
munições e outras coisas para a colônia.
Abril, 15 – Cabeza de Vaca recebe sua “licença” para “conquistar e pacificar e popular as terras”. Caso Ayolas ainda esteja vivo, deverá apontar Álvar Núñez como seu lugar-tenente. Setembro, fins de – Os três navios de Cabeza de Vaca já estavam prontos para deixar Cádiz, mas o vento os detém no porto até 2 de dezembro. No início do ano, Domingos Irala recebe notícias em
Buenos Aires de que outros espanhóis haviam atracado na costa
brasileira. Ele diria, mais tarde, que esperou por eles até
junho, quando Alonso Cabrera ordenou a retirada de todas as pessoas de
Buenos Aires. Irala abandonou a cidade e mudou os colonos para
Assunção.
Irala enfrentou duras batalhas contra os índios agazes, que descreveria mais tarde deste modo: “Com a ajuda de Deus, e o serviço dos índios Guaranis, nós destruímos muitas proles de outros índios que não têm sido amigos, especialmente os agazes”. O governo da Espanha promulga as “Novas Leis,” baseadas nas
idéias do frei Bartolomé de las Casas, assegurando
tratamento humano aos índios do Novo Mundo. As leis seriam mal
recebidas nas colônias.
Janeiro, 31 – Os viajantes chegam ao rio Iguaçu. Esse afluente do rio Paraná adentrava por um território onde se esperavam por índios prontos a atacar e matar os espanhóis. Por segurança, um grupo desceu o rio com canoas, enquanto outro guiava os cavalos pela margem. As quedas d’água fortes, recorrentes e com muitas pedras dificultavam a passagem. Depois de desviar as grandes cataratas do Iguaçu, eles chegaram à junção do rio Iguaçu com o Paraná. Março, 11 – Às nove da manhã, o novo governador chega a Assunção. A jornada pelo continente tinha durado 4 meses. Mesmo ele e seu pessoal trazendo os suprimentos que tinham prometido, os 300 e poucos europeus tinham, de repente, mais 250 bocas para alimentar. Depois de alguma discussão acerca da morte de Ayolas, Cabeza de Vaca mostrou seu documento e autoridade a Irala e aos outros oficiais. Veio, então, a mudança formal de comando, quando todos ouviram a leitura dos documentos reais. Eles aceitaram sua autoridade, submeteram-se a ele como governador e capitão general, com alguma relutância. Início de abril - Cabeza de Vaca estabelece novas regras de relacionamento com os índios. Proíbe a escravidão de mulheres, regulamenta o comércio e define que toda tribo pode ser considerada amiga, desde que aceite o poder dele, do imperador e de Deus. Julho, 12 – Uma dúzia de cavaleiros e 200 soldados, junto com 10 000 guaranis, marcharam de Assunção para irem atrás dos guaicurús, que tinham “quatrocentos homens de guerra”. Os caciques entregaram a Cabeza de Vaca arcos e flechas pintados e decorados com penas de papagaio. Outubro, 20 – Domingos Irala e 90 espanhóis deixam Assunção para subir o rio Paraguai, levando três bergantins e vários índios. Ele planejava ir ao norte, para evitar as pessoas que mataram Juan de Ayolas, e então procurar por um lugar para adentrar a região a oeste do rio. Cabeza de Vaca ordena o fim da cobrança do quinto sobre as parcas posses dos colonos e promete pagar eventuais dívidas com seu salário. A medida desagrada os oficiais, cujos salários eram obtidos com essa cobrança. Fevereiro, 4 – Um grande incêndio dura quatro dias,
destruindo as construções de madeira e palha que
constituíam a cidade. Quando tudo acabou, havia apenas cinquenta
casas em pé e duzentas casas queimadas. As perdas de roupas,
comida, gado e munições também foram
sérias. Pero Hernández escreveu que os spanhóis
estavam tão arruinados, devastados e nus, “que nada restou
com o que cubrissem seus corpos”.
Fevereiro, 15 – Domingos Irala volta a Assunção com boas notícias. Os índios haviam mostrado a ele um caminho do rio até o interior, e ele os seguiu por três dias através de uma região muito agradável. Eles tinham algum ouro e prata e amplos suprimentos para a conquista, e estavam dispostos a servir de guias. Irala batizou o lugar de Porto dos Reis, porque chegou lá por volta do dia 6 de janeiro, dia de Reis. Pareceu a ele não haver melhor ponto para a exploração começar. Maio, 24 – Cabeza de Vaca ordena preparativos para uma nova jornada pelo interior. Junho, 10 – Os freis Bernardo de Armenta e Alonso Lebrón fogem de Assunção, levando um grupo de índias. O movimento é parte de uma conspiração contra o governador. Os frades deveriam chegar ao Brasil e dali até a Espanha, levando cartas assinadas pelos oficiais reais, denunciando os abusos de Cabeza de Vaca. Os frades foram localizados nas proximidades da cidade. Há interrogatórios e fica evidente o complô, mas o governador acaba perdoando a maior parte dos oficiais envolvidos. Setembro, 8 – Cabeza de Vaca parte de Assunção com o intuito de continuar as explorações ao Chaco. A expedição sobe o rio Paraguai para chegar ao Porto dos Reis. São dez bergantins, carregando 400 espanhóis. Em 120 canoas, iam 1200 aliados. Novembro, 8 – Cabeza de Vaca chega a Porto dos Reis e toma posse dele em nome do rei. Novembro, 10 – Irala recebe novos cargos. É nomeado mestre de campo (comparável ao cargo militar de coronel) e chefe de magistrado. Novembro, 26 – Passadas menos de três semanas, Cabeza de Vaca já estava pronto para iniciar a entrada pelo interior. Ele planejava avançar para o este a partir de Porto dos Reis, adentrando o território que logo seria conhecido como Chaco. Havia um grande número de guaranis, 300 espanhóis e 10 cavalos; eles levaram suprimentos para 20 dias. Depois de cinco dias de viagem, o guia ficou confuso. Ele logo confessou não saber para onde levá-los. Fazia tanto tempo desde a última vez que ele tinha caminhado por aqueles lados que ele não conseguia achar o caminho novamente. Dezembro – Os exploradores chegam de volta a Porto dos Reis. Embora tivesse deixado a guarnição há apenas 20 dias, o governador a encontrou em tumulto. Cabeza de Vaca chamou os caciques e pediu que ficassem calmos e mantivessem a paz, uma vez que ele e os outros eram amigos e não haviam causado a eles problemas ou infelicidade. Os caciques concordaram em manter a paz e em afastar seus inimigos, mas eles disseram isso apenas para ganhar tempo, para que pudessem ver a fraqueza dos exploradores. Janeiro, 6 – Para tentar amenizar os problemas com os guaranis,
Álvar Núñez ordena que ninguém leve
índios como escravos. Aqueles que já estivessem nas
mãos dos espanhóis deveriam ser devolvidos amigavelmente
e sem obstáculos.
Janeiro, 12 – Francisco de Ribera chega a Porto dos Reis com ótimas novidades. Depois de ter explorado por 70 léguas, seu grupo havia chegado a uma terra com boa água, agradáveis arvoredos, frutas, mel abundante e boa caça de porcos e veados. Janeiro, 30 – O terceiro grupo de exploradores chega a Porto dos Reis. Seu capitão, Hernando de Ribera, estava incapacitado de relatar diretamente ao governador, que estava muito doente. Não era o único acometido pela malária. Por três meses, quase todos em Porto dos Reis adoeceram. Fevereiro – Cabeza de Vaca apresenta uma lista de acusações contra os índios perante os oficiais e os clérigos, que concordaram que era legal partir para a guerra. Então, depois que eles foram legalmente julgados como inimigos, ele “os declarou escravos, e guerreou contra eles”. Março, 28 – O retorno a Assunção começa. Por mais que estivessem doentes, os espanhóis tiveram que lutar, pelo caminho de descida do rio, com os índios guaxarapos. Abril, 8 – Chegam a Assunção. Cabeza de Vaca mal consegue ficar em pé e se recolhe à sua casa. Abril, 25 – Numa noite de sábado, o dia de São Marcos, cerca de trinta espanhóis invadem a casa de Álvar Núñez gritando: “Liberdade! Liberdade”! Empunhando espadas, adagas, arcos e arcabuzes, gritavam ameaças de morte. Abril, 29 – Os novos oficiais da cidade em Assunção tentam tomar posse dos documentos e efeitos oficiais. Entre os itens a serem apropriados, duas malas de correspondência, que deveriam ser abertas. As chaves estavam com o governador, então Pedro Díaz del Valle ordenou a um auxiliar que exigisse a entrega delas. Cabeza de Vaca se recusa duas vezes, argumentando que ainda era o governador. Agosto – Quatro meses depois da prisão do governador, os freis Bernardo de Armenta e Alonso Lebrón já estão prontos novamente para partirem em direção à costa do Brasil. Dezembro, final de – Inquéritos contra Cabeza de Vaca organizados por seus adversários. Um trata do uso das armas de sua família no lugar das do imperador. 1545 Março, 7 – Próximo à meia noite, Garci Venegas, Alonso Cabrera e Pedro Dorantes retiram Cabeza de Vaca da prisão para embarcá-lo num pequeno barco rumo à Espanha. Ao ver o céu pela primeira vez em um ano, Álvar Núñez pede para dar graças a Deus. Quando vê os curiosos, grita para que todos fossem testemunhas de que indicava o capitão Juan de Salazar de Espinosa como seu lugar-tenente. A manobra não surte efeito e ele é embarcado à força. O tesoureiro real, Garci Venegas e o inspetor de minas, Alonso Cabrera seguem com ele, carregando dúzias de acusações de traição, escravização e assassinato de índios, roubos e outros crimes, resultantes dos processos abertos no tempo em que o ex-governador esteve preso. Alguns dias mais tarde, são presos Juan Salazar de Espinosa, Pedro Estopiñán e o secretário provincial de Cabeza de Vaca, Pero Hernández. Abril, 21- Um grupo de oficiais espanhóis registra a posse de um território situado no que hoje é a Bolívia. O cerro de Potosí, que muitos tinham tentado alcanzar chamando de Serra de Prata. O documento oficial diz o seguinte: Abril, 2 –Salazar de Espinosa, Pero Hernández e Pedro Estopiñan juntam-se a Cabeza de Vaca a quase 1.200 quilômetros de Assunção, depois de descerem o Paraguai e o Paraná acorrentados num bergantim. Maio - Durante a viagem, o barco que leva os prisioneiros enfrenta uma grande tempestade. Os oficiais reais pedem perdão ao ex-governador e o libertam. O furacão cessa. Os oficiais propõem um acordo que ponha fim ao conflito e leve todos de volta ao Rio da Prata. Todos jogariam fora papéis e cartas – tanto os que incriminavam o ex-governador quanto os que seus aliados tinham escondido a bordo. Cabeza de Vaca recusa a oferta e a viagem segue. Julho, 16 – Venegas, Cabrera, Hernández, Salazar de Espinosa e Cabeza de Vaca chegam à ilha Terceira de Açores, onde o ex-governador Vaca consegue escapar, embarcando em outro navio. Julho, 24 – Cabeza de Vaca escreve ao imperador, notificando Sua Majestade que, devido a eventos durante a viagem, ele agora considera melhor viajar separadamente da companhia dos oficiais reais e proceder à corte sozinho, com a necessária pressa, para fazer seu relatório. Setembro, 2 – Relatório da Casa da Contratação à coroa informa: “Uma pequena embarcação chegou do Rio da Prata, carregando Alonso Cabrera, inspetor de minas, García Venegas, tesoureiro, Gonzalo da Costa, piloto real, e outros vinte e quatro ou vinte e cinco. Eles estavam trazendo como prisioneiro o governador Álvar Núñez Cabeza de Vaca para apresentá-lo ante o Conselho [das Índias] com relatórios e acusações contra ele; os oficiais reais daquela província o enviaram como prisioneiro. A primeira terra onde pararam para descansar foi a ilha Terceira. Outros à bordo retiraram o governador, que não queria viajar com eles [i.e., os oficiais reais], e ele veio em uma outra caravela a Cádiz”. O relatório continua, dizendo que Cabeza de Vaca escreveu à Casa da Contratação, presumivelmente logo após sua chegada a Cádiz, pedindo que Cabrera, Venegas e os outros fossem presos, mas as autoridades negaram esse pedido. Assim como se recusaram a prender os oficiais da coroa como o governador pediu, as autoridades também negaram aceitar totalmente os relatórios tanto dos oficiais reais quanto de Martín de Orúe, “porque todos eles vêm alinhados contra o governador”. Setembro – Por volta do final da primeira semana, Cabeza de Vaca chega a Madrid. Seus inimigos tinham obtido uma dianteira decisiva. Dezembro, 7 – Cabeza de Vaca envia a Relación General de seu governo no Rio da Prata para o Conselho das Índias. Ele garante sua representação jurídica durante o processo a Alonso de San Juan. Fevereiro, 20 – Cabeza de
Vaca é preso sob as ordens do
Conselho das Índias. Na prisão, responde a
interrogatório preparado a partir das denúncias do fiscal
do Conselho das índias, Juan de Villalobos. O fiscal Juan de
Villalobos o acusou de roubar habitantes das ilhas Canárias em
sua viagem rumo à América; saquear dois navios nas ilhas
de Cabo Verde; não permitir o comércio com os
índios na viagem da ilha de Santa Catarina até
Assunção; abandonar 13 pessoas durante essa viagem;
roubar provisões dos índios durante essa viagem; dar 25
índios aliados de comer aos guaranis; enforcar o cacique
Acararé; usar uma medalha com uma cabeça de vaca gravada
para atrair os índios; permitir a venda de garotas índias
livres; restringir o comércio com os índios; estabelecer
preços tão baixos que os escravos eram comidos em vez de
vendidos; chicotear 4.000 guaicurús e destruit nove vilarejos;
matar 3.000 socorinos em Porto dos Reis; marcar com ferro quente e
vender seis índios como escravos; sobrecarregar carregadores
índios e espanhóis durante sua entrada; tirar sem
propriedade sem compensação; interferir no
comércio; apoderar-se dos pertences dos mortos; chegar à
província sem suprimentos o suficiente; colocar seu
brasão no lugar do do Rei; chamar a si mesmo Rei e mestre da
terra; gravar seu brasão junto ao do Rei; impedir os oficiais
reais de escreverem ao imperador; tentar usar tortura para descobrir
escritos escondidos dos oficiais; permitir que as leis impostas pelo
imperador fossem quebradas; usar as leis tributárias reais em
proveito próprio. Seu governo resultaria não em um, mas
em quatro processos: (1) A ação criminal levada contra
ele por conduta inadequada no cargo ocupado, pelo promotor do Conselho
das Índias, Juan de Villalobos, que foi sucedido por três
outros promotores, de pois por Martín Ruiz de Ágreda,
antes que o caso se encerrasse; (2) uma ação criminal do
promotor do Conselho contra dois dos inimigos de Cabeza de Vaca,
os oficiais derais do Rio da Prata, Alonso Cabrera e Garci Venecas, por
agressões contra o governador; (3) o processo contra Cabeza de
Vaca por Martín de Orduña, que alegou ser ele mesmo o
sucessor de Juan de Ayolas, e por isso reclamava os direitos sobre o
Rio da Prata; e (4) o processo de Villalobos e Cabeza de Vaca contra
Martín de Orúe, por ofensas contra Cabeza de Vaca e o rei.
Abril, 19 – Cabeza de Vaca deixa a prisão, para cumprir pena domiciliar, sob fiança de 1000 ducados paga por alguns amigos. Junho, 26 – Cédula real determina as linhas gerais para o recolhimento de testemunhos por parte de Cabeza de Vaca. Deveriam testemunhar: “todos os corregedores, assistentes, governadores, alcaides, e outros juízes em todas as cidades e lugares destes reinos e domínios”. Julho, 2 – Cabeza de Vaca informa que a probanza preparada por ele teria lugar em Córdoba, Écija, Jaén, Sevilha, Antequera, Baeza, Cádiz, Arjonilla, Linares, Toledo, Málaga, La Rambla, El Coronil, Vélez Málaga, Utrera, Jerez, Sanlúcar de Barrameda, Andújar, e “outros lugares nesses reinos”. Julho 10 – Probanza de Andújar. Julho, 11 – Durante os procedimentos do julgamento nesse dia, Alonso Cabrera, Felipe de Cáceres e Garci Venegas testemunharam reconhecer o brasão de Álvar Núñeze “apresentaram um cópia e desenho que reproduzia as armas e disseram que Álvar Núñez Cabeza de Vaca o usou e pintou no casco do navio no qual trabalhou e navegou o rio de Iriquay [sic]”. Julho, 20 – Probanza em Santiponce, fora de Sevilha. Julho, 28 – Probanza em Jerez de la Frontera. Agosto, 7 – Probanza em Sevilha. Setembro – Cabeza de Vaca obtém o direito de ser considerado um prisioneiro da corte (se le dé la corte por cárcel). Ou seja: está livre para circular pela cidade onde esteja a sede do reino, mas não para viajar. Julho, 22 – Juan de Sanabria, primo de Hernán
Cortés, conquistador do México, recebe uma
capitulação do rei para se tornar o próximo
governador do Rio da Prata. O documento dizia que “por causa das
diferenças e questões mostradas entre Álvar
Núñez Cabeza de Vaca e as pessoas que estavam na
província, ele foi trazido como prisioneiro a estes reinos, e
não deve retornar novamente à província porque
não é conveniente que ele faça isso”.
Setembro, 7 – O Conselho das Índias garante a Cabeza de Vaca o direito de ter o “reino como sua prisão”, sob a condição de que comparecer à corte, caso fosse convocado. Depoimento em Madrid de Juan de Salazar a favor de Cabeza de Vaca em seu processo contra os oficiais reais mostra que Cabrera e seus colegas procuraram reunir documentação para o processo contra Cabeza de Vaca e ir à corte o mais rápido possível com as acusações; eles chegaram à Europa de oito a dez dias antes do governador e o acusaram de ter ido ao rei de Portugal revelar os segredos as terras recém-exploradas. Domingos Irala deixa Assunção rumo à Serra de Prata. A expedição é tão grande que ficam menos espanhóis na cidade do que o contingente que parte. São 250 espanhóis, com 27 cavalos. Entre eles Nuflo de Chaves, Felipe de Cáceres e Pedro Dorantes. Com eles, um contingente de guaranis. Todos sobem o rio Paraguai até a localidade conhecida como San Fernando. Dali, avançam pelo Chaco, atacando diversas tribos. Irala e seus homens chegam às proximidades de Potosí, mas descobrem que a Serra de Prata tem donos – e que são espanhóis. Nuflo de Chaves vai até Lima, com cinco espanhóis e cem índios, em busca de autorização para tomar posse de alguma terra na região. Novembro – Nuflo de Chaves chega à Lima, onde o vice-rei não deixa alternativa: Irala e seus homens devem voltar para Assunção. Irala retoma o poder em Assunção, uma cidade partida ao
meio, entre leales (partidários de Cabeza de Vaca) e
tumultuarios. Tinha ocorrido até uma eleição na
sua ausência, mas o capitão que ele deixara no comando
fora derrotado e decapitado.
Junho, 24 – Juan de Villalobos pede licença do cargo. Está muito doente e morre pouco depois. Março, 18 – Cabeza de Vaca é considerado culpado
pelos juízes do Conselho das Índias. Perde odos os
títulos que lhe haviam sido concedidos; é banido
perpetuamente das Índias, sob pena de morte; exilado para a
colônia de Oran, na Costa Bárbara (hoje Argélia)
por cinco anos, onde deveria servir ao imperador com suas armas e
cavalo (à sua própria despesa); e torna-se
responsável por quaisquer danos de qualquer funcionário
que reclamasse ter sofrido perdas devido ao seu governo. A
sentença foi assinada por 5 conselheiros das Índias em
Valladolid.
Abril, 6 – Na apelação da sentença, Cabeza de Vaca se defende acerca do brasão: Disse que usava o brasão com a cabeça de vaca como símbolo do governador ao falar com índios para evitar que desconhecidos enganassem-nos, indo falar em nome dele. Abril, 11 – Cabeza de Vaca requer a revogação do impedimento de deixar a corte, a que estava submetido desde a proclamação da sentença (“alzar la carcelería que me está puesta”), para que ele pudesse apoiar-se e buscar justiça. Esse pedido lhe foi concedido mediante o pagamento de uma fiança. Maio, 15 – O Conselho das Índias, em Valladolid, nega a petição de Cabeza de Vaca de anular sua sentença. Novembro, 25 – Cabeza de Vaca requer a reabertura do processo à corte de Valladolid. Novembro, 25 – O Conselho das Índias defere o requerimento feito por Cabeza de Vaca e confere 50 dias à defesa e à promotoria para apresentarem novas evidências. Dezembro – O promotor Martín Ruiz de Ágreda pede ao Conselho das Índias a ampliação do prazo de recolhimento das novas evidências de 50 para 120 dias e obtém deferimento. Agosto, 23 –Depois de analisar novos testemunhos, o Conselho
revoga partes da sentença de Cabeza de Vaca. Seu banimento
perpétuo às Índias é reduzido à
jurisdição do Rio da Prata, e ele é aliviado da
obrigação do serviço militar de cinco anos em Oran.
“A condenação de banimento perpétuo das Índias feita pela nossa sentença anterior deve ser entendida como referente ao governo e províncias do Rio da Prata e em mais nenhuma parte, com consideração à nossa sentença condenando o dito Álvar Núñez Cabeza a serviço em Oran com armas e cavalo a seu próprio custo por cinco anos, que, levando em conta as novas probanzas apresentadas diante de nós pela defesa em sua apelação, devemos revogar e revogamos a dita sentença, considerando a dita condenação a tal serviço” . Após o fim do processo, Cabeza de Vaca ainda requisita o reembolso por suas perdas no Rio da Prata. Dezembro, 8 – Requer perante o conselho de Jerez de la Frontera compensação devida a ele por serviços rendidos à corte em nome da cidade (atuou, durante o correr do processo, como representante e advogado na corte de Jerez de la Frontera); depois de ter recebido compensação parcial numa data anterior a esta, ele havia concordado em perdoar o débito e servir pro bono publico. Ele, então gostaria de receber a remuneração faltante, e o Conselho concordou com seu pedido. Álvar Núñez estabelece sua residência
oficial no distrito de San Salvador, em Jerez de la
A segunda edição da relacíon escrita por Cabeza de Vaca ganha o título de Naufrágios e é publicada junto com os Comentários de Álvar Núñez Cabeza de Vaca, escritos por Pero Hernández, seu secretário e escrivão da província do Rio da Prata. A publicação foi formalmente autorizada pela coroa. Em Assunção, Domingos Irala assume oficialmente o cargo de governador da província do Rio da Prata, após a morte de Juan de Sanabria e do desaparecimento de seu sucessor e filho, Diego. Setembro, 15 – Cédula real garante a Cabeza de Vaca 12.000
maravedis “para ajudar a cura de sua doença”.
Domingos Irala morre em Assunção, depois de ter sido
governador formalmente aceito pela coroa por apenas 15 meses.
Outubro, 3 – Domingos Irala morre em Assunção, vítima de “dolor de costado”. Março, 13 – Acordo da fiança em torno da
libertação de Hernán Ruiz, assinado por Cabeza de
Vaca e Pedro Sierra Granado. O documento é o último
conhecido no qual Cabeza de Vaca aparece. Solicita que Simon Dino,
comissário do rei de Argel, fizesse o pagamento (que não
deveria exceder 130 ducados de ouro) em nome de Cabeza de Vaca e Sierra
Granado e entregasse o prisioneiro Hernán Ruiz ao reino de
Castela.
Março, 19 – No mesmo registro do acordo de fiança, uma nota nomeia Álvar Núñez como responsável pelo pagamento da fiança: “el cual estando presente otorga la dicha fianza y se obligó”. É o último registro oficial com o nome de Cabeza de Vaca, que morreu em data e local incertos. |
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Trabalho desenvolvido por Cleverton Lopes - 2013 |