2. METODOLOGIA
2.1. Monitoramento de Sistema de Água
de Refrigeração Industrial
Com
relação ao desenvolvimento de técnicas
de monitoramento dos trocadores de calor será
feita a simulação dos vários níveis
de contaminação, seus efeitos e comparação
das técnicas de monitoração em
estudo em estação de corrosão instalada
no próprio sistema de água de resfriamento
da planta, de modo a reduzir o número de variáveis
interferentes e permitir uma correlação
mais rápida e consistente com o sistema sob teste.
Considerando as
técnicas consolidas disponíveis comercialmente,
suas aplicações e domínio tecnológico,
propõe-se a avaliação da técnica
de Resistência à Polarização
Linear.
A consistência
dos resultados obtidos através das técnicas
eletroquímicas será verificada comparando-se
com os resultados do método gravimétrico
(perda de massa), que é o ensaio mais convencional
utilizado em sistemas de água de resfriamento.

Figura 1 –
Esquema de montagem da estação de corrosão.
O desenvolvimento
deste estudo envolverá as seguintes atividades:
1. Simulação de vários níveis
de contaminação por sulfetos através
da injeção de sulfeto gasoso.
2. Avaliação das técnicas sob estudo
comparativamente com o método gravimétrico
de maneira simultânea.
3. Simulação das condições
críticas de velocidade, pressão e temperatura
através de sistema de controle.
4. Avaliação do comportamento físico-químico
da água nas situações de contaminação,
através de análises laboratoriais da água.
Técnica
de Resistência à Polarização
Linear
A técnica
da resistência à polarização
linear consiste na aplicação de pequenas
variações de potencial, da ordem de 10
a 20 mV em torno do potencial de corrosão, para
que se obtenham respostas em corrente o mais linear
possíveis. O objetivo desta técnica é
o de medir a resistência que um dado material,
exposto a determinado meio oferece à oxidação
durante a aplicação de um potencial externo.
A técnica
teve sua origem associada ao trabalho de Stern e Geary
(1957). Sua concepção está baseada
no fato de que, em torno do potencial de corrosão,
as parcelas anódica e catódica da corrente
global num sistema eletroquímico são iguais,
resultando em uma corrente global nula. Dessa maneira,
aplicando pequenas diferenças de potencial em
torno do potencial de corrosão e medindo-se as
correntes associadas, é possível a determinação
da resistência à polarização
linear (Rp) do eletrodo, através da equação:
Sendo
Rp em W.cm², dE é variação
da tensão em torno do potencial de corrosão
e i é a densidade de corrente lida para cada
variação de tensão.
A densidade
de corrente de corrosão, icorr, está relacionada
à Rp através do coeficiente de Stern-Geary,
como indicado na equação :

onde
:B é o coeficiente de Stern-Geary e icorr em
mA/cm² e B em V.
O coeficiente
de Stern-Geary está relacionado aos coeficientes
das rampas anódica e catódica da curva
de Tafel, sendo dado pela equação :

onde:
ba é o coeficiente de Tafel para a polarização
anódica e bc é o coeficiente de Tafel
para a polarização catódica.
A taxa
de corrosão pode então ser determinada
pela equação :

onde:
TC é a taxa de corrosão em mm/ano, EW
é o peso equivalente do eletrodo e r é
a massa específica do eletrodo.
2.2.
Monitoramento de Vasos de Alta Pressão em Unidade
de Craqueamento
Com
relação ao monitoramento dos filmes de
polissulfetos em vasos de alta pressão nas unidades
de craqueamento será feito um estudo do comportamento
eletroquímico do aço utilizado nos vasos
de craqueamento catalítico de petróleo,
em meios contendo H2S, polissulfetos e cianetos com
o objetivo de melhorar a compreensão da cinética
de formação dos filmes de polissulfeto
sobre o aço e a relação entre a
porosidade deste filme com a permeação
de hidrogênio no aço.
No desenvolvimento
deste projeto serão utilizadas técnicas
de voltametria linear (VL) e de dissolução
anódica voltamétrica (DAV). Serão
também feitas análises por Microscopia
Eletrônica de Varredura (MEV) e Microscopia Ótica
(MO) dentre outras.
2.2.1.
Técnica de Dissolução Anódica
Voltamétrica
A técnica
de dissolução anódica voltamétrica
(DAV) consiste na polarização anódica
do sistema substrato/revestimento e medida da densidade
de carga envolvida no processo de passivação
do substrato. A comparação entre a densidade
de carga de passivação do substrato isento
de revestimento, denominada de densidade de carga padrão
de passivação, e aquela envolvida na passivação
do substrato revestido, fornece a porosidade, conforme
a expressão:

Onde:
q = porosidade; Qpass = carga de passivação
do substrato revestido; e Q0pass = carga de passivação
do substrato isento de revestimento.
Neste
trabalho, o revestimento a ser analisado será
de sulfeto de ferro sobre aço. Os filmes de polissulfetos,
nos eletrodos de trabalho a serem utilizados, serão
preparados em uma unidade piloto na PETROBRAS/SIX onde
serão feitas alterações de condições
experimentais como teor de cianeto e H2S.
A condição
necessária para a aplicação da
técnica de DAV para a avaliação
da porosidade é que o substrato não sofra
ataque químico na solução utilizada,
passivando-se quando polarizado anodicamente. O revestimento,
entretanto, deverá permanecer inerte, pelo menos
na faixa de potencial de passivação do
substrato.
A fim de avaliar qual
mecanismo de formação de filme de óxido
ocorre no sistema (mecanismo de estado sólido
ou de dissolução-precipitação),
será necessária a realização
de medidas com a utilização de eletrodo
rotatório.
Como medida complementar,
serão feitas análises de Microscopia Eletrônica
de Varredura (MEV) da superfície dos revestimentos
de sulfeto de ferro, a fim de se avaliar a influência
da técnica sobre a integridade do mesmo, e de
composição das camadas de polissulfeto.
A análise morfológica da camada de polissulfeto
será utilizada de forma complementar à
análise da porosidade por DAV.
Análises
de penetração de hidrogênio, através
de sensores de hidrogênio implantados na unidade
piloto, serão utilizadas para determinação
de uma condição crítica entre resultados
de medida de porosidade e geração de hidrogênio.