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Descrição: o livro de assento de escravos de Guarapuava traz registros de batismos, casamentos e óbitos no período compreendido entre os anos de 1810 e 1886. Elaborado devido a criação da nova paróquia matriz da região de Guarapuava, em 1809, o documento traz 170 folhas preenchidas pelos diversos clérigos que por ela passaram. O livro de assentos de escravos traz importantes informações sobre a família escrava no Paraná. Num primeiro contato com a documentação, pode-se chegar à errônea conclusão de que o conteúdo dela é extremamente repetitivo e prolixo. No entanto, o livro de assentos é repleto de minúcias que ao primeiro olhar do pesquisador muitas vezes se tornam imperceptíveis. É possível através dele reconstituir formas de sociabilidade que envolviam a família escrava no Paraná. Os rituais que cercam as cerimônias de batismo, casamento e óbito de escravos nos mostram detalhes importantes do cotidiano desses sujeitos e a forma como eram representados nos textos eclesiásticos. Nos é permitido, com a análise da documentação, entender as particularidades das redes de convívio dos próprios escravos e entre os cativos e seus senhores. As práticas sociais presentes nessa documentação são inúmeras. Por exemplo, uma ex-escrava que havia recém adquirido sua liberdade deu a luz a Benedito, nascido a 8 de julho de 1827. Conforme escreve o vigário Francisco das Chagas Lima, que lhe fez o assento, este era desde então livre pelo motivo de sua mãe estar naquele momento na condição de liberta. O vigário não hesitou, pois, em declarar o inocente Benedito como livre “segundo aquela regra: partus sequitur ventrem”, ou seja, o parto segue o ventre. Portanto, o livro de assento de escravos de Guarapuava nos traz muitas informações importantes que precisam ser melhor exploradas, pois é fonte primordial para a reconstituição da família escrava no Paraná oitocentista.

Transcrição: Encontre aqui transcrição, em documento do Word, elaborada por Leandro Francisco de Paula, contendo atas de batismo.