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O Renascimento do Feminino

Termos retirados do glossário organizado por Lara Vinca Masini.

MASINI, Laura V. (Org.). Glossário dos termos e das técnicas. In: ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte Italiana vol. 2. São Paulo, Cosac & Naify, 2003, pp.395 - 423.

Academia: Originalmente, o jardim ateniense onde os filósofos platônicos mantinham escola. Depois de 1500, o termo é aplicado às associações de artistas com finalidades culturais e didáticas: como, por exemplo, a Academia de Desenho, fundada em Florença por Vasari, e a Academia de São Lucas em Roma. O termo estendeu-se depois às escolas superiores de arte que, dado o seu caráter geralmente conservador, emprestaram ao termo acadêmico um significado depreciativo por indicar repetição pedante de modos tradicionais.


Alegórica, figuração: Imagem alusiva, personificação de um conceito; já usada na arte clássica, a alegoria é elemento essencial da iconografia medieval. No Renascimento, liga-se, na maioria das vezes, aos temas da mitologia clássica. No período barroco tem largo desenvolvimento, como típico processo da invenção figurativa e como “poética” ligada ao princípio da analogia entre pintura e poesia.


Cânon: Literalmente, regra, lei formal. Em uma obra, sistema de proporções e de relações harmônicas das partes entre si e das partes com o todo. (...)


Cânon Iconográfico: Conjunto de normas de origem simbólico-ritual, codificadas pelas diversas religiões ou ditadas por critérios hierárquicos para a representação das divindades ou de personagens significativos.


Esboço: Modelo reduzido e de execução aproximada ou projeto gráfico de uma obra de pintura, escultura, arquitetura. Diz-se também bosquejo.


Escala: 1. Relação proporcional entre um objeto e sua representação – por exemplo: as escalas usadas nas cartas geográficas e nos desenhos de arquitetura – para obter reduções exatas. (...)


Escorço: Artifício perspéctico utilizado para produzir, no plano, o efeito da terceira dimensão: resulta da aplicação de leis perspécticas aos corpos e se apresenta geralmente como uma contradição da forma.


Icônico: Dez-se de toda representação por imagem de caráter sacro. O termo oposto, anicônico, indica as figurações do divino por símbolos ou sinais, e se refere especialmente às manifestações artísticas da civilização ou dos períodos em que é proibida a figuração antropomórfica da divindade.


Iconografia: 1. Disciplina que estuda o significado das imagens do ponto de vista histórico, alegórico, mitológico, religioso; iconologia [MASINI]. 2. O repertório das imagens próprio de uma obra ou de um gênero de arte, de um artista, de um período artístico. [HOUAISS]


Mimese: Literalmente, imitação. Na arte clássica caracteriza o confronto e a escolha de elementos harmônicos, visando à composição de uma forma perfeita, inspirada no conceito de uma natureza ideal da qual o homem se faz mediador através da invenção artística.


Mitografia: Representação narrativa de um mito ou de uma lenda.


Oficina: Originalmente o lugar onde os escultores, pintores, ouvires trabalhavam com discípulos; mais tarde chamou-se estúdio, depois de separada a atividade dos artistas da atividade dos artesãos. Diz-se “de oficina” o trabalho de discípulos executado sob o controle do mestre.


Óleo, pintura a: Pintura sobre a tela, painel de madeira ou outro suporte, com pigmentos misturados em óleo ou resinas vegetais, Não épossível estabelecer quando e onde nasceu essa técnica, que no século XV em Flandres, e no século XVI na Itália e por toda a parte, se generaliza, substituindo a têmpera na pintura de cavalete, em relação à qual oferece maior possibilidade de mistura e de fusão de cores. Geralmente, a tela e o painel são preparados com uma imprimação (v.).


Perspectiva: Representação de objetos tridimensionais no plano. Em cada época da história da arte desenvolveram-se processos de representação volumétrica no plano, desde a pintura das cavernas até os dias de hoje. Esses procedimentos podem ser agrupados em duas grandes classes: os processos de representação antes da chamada “perspectiva exata” desenvolvida em Florença no inicio do século XV e, na arte ocidental, a classe das representações posteriores ao século XV. O que distingue as duas classes é que a primeira se restringe a representar cada objeto separadamente, estabelecendo-se a conexão entre eles pela proximidade física (como nos frisos onde os objetos ou as pessoas se encontram igualmente afastados do observador) ou por uma relação que antes de tudo ideológica. (...) A segunda classe estabelece uma ordem espacial única, na qual, matematicamente, inserem-se os objetos com suas proporções congruentes relativamente à distância que se encontram do observador, A perspectiva exata, quando estabelece um único ponto para toda a representação, inaugura duas novas ciências que se desenvolverão nos século seguintes: a geometria projetiva (também chamada de geometria ótica) e a ótica d raio luminoso, separando-se portanto da ótica do “raio visual” definitivamente. (...)


Têmpera: Técnica pictórica que se utiliza de pigmentos misturados a um colante (clara de ovo, leite, cola, cera etc.). Diz-se têmpera forte aquela na qual o pigmento é menos diluído.