A pintura de paisagens na Europa Da Antiguidade ao século XIX



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Início Introdução Da Antiguidade à Idade Média A paisagem no século XVI O século XVII e os paisagistas holandeses e franceses Inglaterra, França e as novas paisagens do século XVIII O século XIX: inovações na pintura Créditos e bibliografia


A paisagem no século XVI

    Ao longo da história da arte, a paisagem dentro da pintura foi vista como um acessório, servindo como suporte para algum tipo de cena religiosa ou mitológica. Esse aspecto é intensamente abordado no século XVI renascentista e no século XVII, com o barroco sendo o estilo dominOuropa, onde proliferaram representações de cenas mitológicas e vidas de santos, entretanto, nos Países Baixos, dentre outros fatores, às revoltas protestantes, a paisagem não serviu tanto como fundo de cena, mas sim, como um tema em si para as imagens.

    Certamente podemos encontrar pintura de paisagens em diversos períodos da história da arte, contudo percebemos o uso da paisagem como fundo de cena principalmente nas pinturas realizadas na Renascença italiana, apesar de ter sido uma tendência nos séculos XVI e XVII que espalhou-se por grande parte da Europa. Encontramos paisagens que ilustram os atos de heróis greco-romanos juntamente com cenas de santos e anjos, além do cotidiano da população em geral, desde a Inglaterra, França, Espanha, Portugal, passando pela Alemanha, Países Baixos e a Itália.
    Dezenas de santos e heróis realizam suas façanhas, proezas e milagres dentro de extensas paisagens que se perdem em um amplo horizonte. Imagens que, segundo alguns autores, começaram a aparecer nas iluminuras dos compêndios medievais, e que com o aperfeiçoamento da noção de perspectiva no Renascimento, ganhou ainda mais força para tornar-se um gênero autônomo, o que acabou acontecendo ao longo do século XVII, nos Países Baixos. Aos poucos a pintura de paisagem foi desvinculando-se das cenas mitológicas e heróicas para figurar como tema de quadro em si.




Francesco Bachiacca. A pregação de São João Batista, c. 1520, óleo sobre painel, 68,5 x 92 cm. Museu Nacional de Belas Artes de Budapeste, Hungria.



Francesco Bachiacca. Moisés tirando água da pedra, c. 1540-45, óleo sobre painel, 100 x 80 cm. Galeria Nacional da Escócia.

    Nas pinturas de Bachiacca acima, estão representadas duas cenas bíblicas com paisagens ao fundo. Em A pregação de São João Batista podemos dividir o quadro ao meio e na metade superior identificar uma paisagem que se perde na linha do horizonte, da mesma maneira como em Moisés tirando água da pedra. Interessante notar que em ambas as imagens, há um espaço proposital no fundo, ao lado esquerdo, que mostra o horizonte entre o céu e montanhas, além de vegetação que ocupa diversos pontos do painel.
    Enquanto Niccolò dell'Abbate já é mais explicito em sua apropriação da paisagem como fundo de quadro, localizando os personagens dentro da natureza mais ampla que os circunda, retratando uma cena mitológica ou de caça.



Niccolò dell'Abbate. Caça ao veado. 1550-1552, óleo sobre tela, 116 x 159 cm. Galeria Borghese, Roma.




Niccolò dell'Abbate. O rapto de Proserpina. C. 1570, óleo sobre tela, 196 x 220 cm. Museu do Louvre, Paris.


    Já em alguns quadros do alemão Albrecht Altdorfer, encontramos modelos onde predominam somente as paisagens com pouca interferência humana. Em Paisagem do Danúbio predominam a vegetação, o céu e as montanhas, com um diminuto povoado no centro esquerdo, enquanto em Paisagem com caminho vemos parte de uma construção e um ponte de madeira em diagonal dividindo a imagem ao meio, com a vegetação disputando espaço com o prédio.




Albrecht Altdorfer. Paisagem do Danúbio. 1520-1525, 30 x 22 cm. Alte Pinakothek, Munique.




Albrecht Altdorfer. Paisagem com caminho, 42 x 35,5 cm. Galeria Nacional, Londres.



Federico Fiori Barocci. Anunciação. 1582-1584, óleo sobre tela, 248 x 170 cm. Pinacoteca do Vaticano, Roma.




Jacopo Bassano. Jardim do Eden. 1570-1573, óleo sobre tela, 77 x 109 cm. Galeria Doria Pamphili, Roma.


    Nas imagens acima ainda encontramos a paisagem, entretanto com a chegada do século XVII, novos gostos vão tomando lugar entre os mecenas de arte e o Barroco se torna um estilo muito característico do período desde a Itália à Inglaterra, e a paisagem perde espaço para dar mais ênfase ao místico e subjetivo. Mesmo assim, nos países baixos e na França, a paisagem ganhou força e foi representada por diversos artistas que você conhecerá no link O Século XVII e os paisagistas holandeses e franceses.


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