A
pintura de paisagens na Europa |
Da
Antiguidade ao século XIX |
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As
paisagens da Antiguidade
Estabeleceu-se
que a Antiguidade é um período de tempo que abarca o
primeiro milênio antes de Cristo até o século V.
Poucas imagens conseguiram resistir a esse ciclo e chegar até
nós. Entretanto, podemos ter uma parca ideia do que foi a
pintura de paisagens na Europa antiga, por meio dos afrescos
preservados nas cidades de Pompéia, Herculano e em menor
quantidade em Roma. Nas paredes dessas cidades, observamos diversos
gêneros de pinturas, desde
retratos, naturezas-mortas
e até as paisagens.
Um importante conjunto de paisagens da Antiguidade foi
descoberto em 7
de abril de 1848, em Roma, na Itália. Trata-se das Paisagens
Esquilinas na antiga Via Graziosa, compondo-se de sete painéis
que representam as viagens de Ulisses na Odisséia. Sua
importância se deu tanto na originalidade como no excelente
estado de conservação das mesmas. Em 1852, essas
paisagens foram removidas das paredes onde se encontravam e foram
doadas ao papa Pio IX.
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Mestre
romano. Cena da Odisséia. Ataque a Lestrigonia, c. 60-40 a. C.,
Afresco, 150 cm de altura. Biblioteca do Vaticano, Roma.
Na
imagem acima, vemos uma cena da
Odisséia de Homero, na qual o espectador olha em
direção à praia onde se dá a
ação dos personagens. Vemos a linha do horizonte ao
fundo, algumas rochas ao redor da cena, juntamente com algumas
pessoas que dão certa noção de perspectiva.
Mestre romano. Cena da
Odisséia. Ulisses na Terra dos Mortos, século I a.C.,
afresco, 150
cm de altura. Biblioteca do Vaticano, Roma.
A imagem acima, outra cena da Odisséia,
mostra Ulisses na
Terra
dos Mortos. Aqui também podemos observar diversos aspectos de
pintura de paisagem que seriam seguidos pelos séculos seguintes.
A natureza sendo representada de maneira mais acentuada, por meio do
mar que se vê ao fundo, as rochas que dominam a cena e uma
vegetação espalhada por alguns pontos da imagem. Assim
como na cena abaixo, na qual podemos notar diversos elementos que
também compõe uma paisagem.
Mestre
romano. Cena da
Odisséia. Ulisses na Terra dos Lestrigões (detalhe),
século
I a.C.,
afresco, 150
cm de altura. Biblioteca do Vaticano, Roma.
As paredes de Pompéia
Além de Roma, a
cidade de Pompéia, também na
Itália, soterrada pela erupção do Monte
Vesúvio no ano de 79 d.C., conseguiu nos legar algo da pintura
de paisagens da antiguidade. Nas paredes de grande parte das casas
dessa cidade, encontramos diversos gêneros de pintura como
naturezas-mortas e as paisagens. Segundo o historiador da arte Ernst
Gombrich "talvez tenha sido essa a maior inovação do
período
helenístico
[Século III a I a.C.]. A antiga
arte oriental não
tinha uso algum para as paisagens, exceto como moldura para as cenas da
vida humana ou de campanhas militares".² Na cidade de
Pompéia, vemos afrescos com poucos elementos humanos, ou com
alguns aspectos de uma paisagem, como nas
imagens abaixo.

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Afresco
de Pompéia,
representando uma cena idílica. Cerca da primeira metade do
século I. 100 x 130 cm, Museu Arqueológico Nacional de
Nápoles.
Ainda
segundo Gombrich, foi
"No período helenístico, a época em que poetas
como Teócrito descobriram o encanto da vida simples entre
pastores, os artistas tentaram também evocar os prazeres da
existência campestre para os refinados habitantes das
cidades."³ Ou seja, as casas começaram a ser decoradas com
afrescos, como o acima, para trazer um ideário idílico
para as cidades.
Afresco
de Pompéia. Anterior a
79. Museu
Arqueológico Nacional de Nápoles.
No
afresco acima, o deus Baco
é representado na forma de um cacho de uvas. No meio da imagem
ao fundo, presume-se que seja o Monte Vesúvio antes da
erupção que soterrou Pompéia. Vemos
as encostas do monte cobertas de árvores, em uma técnica
de pintura com pinceladas em zigue-zague, que buscou trazer um pouco do
aspecto da paisagem em torno da vulcão.
Nas imagens abaixo,
temos algumas vistas do Templo de Isis, em Pompéia, provando que
o culto à deusa egípcia era disseminado pelo mundo antigo.
Afresco
de Pompéia. Anterior a
79. Museu
Arqueológico Nacional de Nápoles.
Afresco
de Pompéia. Anterior a
79. Museu
Arqueológico Nacional de Nápoles.
Afresco
de Pompéia. Anterior a
79. Museu
Arqueológico Nacional de Nápoles.
O fim da Antiguidade e Início
da Idade Média
Com
o fim
do Império Romano do Ocidente no século XV,
iniciou-se um período conhecido como Idade Média na
Europa, contudo no Oriente, o Império
Bizantino seguia
produzindo imagens em outros suportes além dos afrescos. Foram
usados para representar as paisagens, peles de animais que eram
chamados pergaminhos,
como nos que você pode observar abaixo. Dando início
à chamada técnica de Iluminura.
Miniaturista
Bizantino-Macedônio. Moisés recebendo as Tábuas da
Lei, século X, têmpera sobre pergaminho, 36,8 x 24,8 cm.
Museus do Vaticano, Roma.
Georgius
Blachernites. Martírio de Santa Hermínia, c. ano 1000,
têmpera sobre pergaminho, 36,2 x 28 cm. Museus do Vaticano, Roma.