HISTÓRIA
DO ARTESANATO EM CURITIBA
A
feirinha do
Largo da Ordem
Artesanato
Segundo
Tânia
Mara Dias
"na influência que o meio exerce sobre o homem, a arte
regional tem destaque entre as demais artes, por tratar-se
de um campo
vivencial e simbólico eminentemente popular, onde motivos
arcaicos e tradicionais se relacionam com o novo e o
contemporâneo. A produção artesanal e
artística popular regional expressa primordialmente o homem,
como ele se vê, vê os outros, sua família e sua
comunidade. Cada peça testemunha um momento especial, revelando
matérias primas da natureza e o
aproveitamento de produtos
reciclados, reinventados graças ao permanente processo criativo
e adaptativo do fazer popular. Cada conjunto importa como uma
expressão de usos, significados e de história, refletindo
autores, localidades e assim, cada objeto é revelador e
autenticador de funções e
manifestações
estéticas" (DIAS, Tânia. Artesanato Brasileiro Curitibano,
p. 7-8).
A riqueza
do artesanato Paranaense e mais especificamente o
Curitibano,
segundo Raquel C.Amaral (Gazeta do Povo de 07/10/84), é de
difícil identificação "como arte que represente e
reflita nossa cultura popular" devido à
imigração de vários povos para a
região.
Cerâmica,
cerveja artesanal, pêssankas, vime, vinho. Se essas palavras
não lembram
nenhuma informação prévia, então você
ainda não conhece o artesanato de
Curitiba. Formada por etnias européias muito diferentes entre
si, a
mistura de
culturas existente na capital paranaense deu origem à um rico e
amplo
artesanato. Da
Itália, herdou-se a prática que utiliza
matéria-prima vegetal como vime, palha
de milho e trigo, cipó, junco, taquara, bambu, folha de
bananeira, piri e
cizal. Destas matérias-primas, são confeccionados objetos
utilitários e de adorno,
como sofás, cadeiras, abajures e cestas. Além disso, toda
a produção artesanal
de vinho, concentrada principalmente no bairro de Santa Felicidade,
também tem as mãos e os ensinamentos italianos. Com
os
alemães, aprendeu-se a técnica da cerveja artesanal.
O povo germânico
também
foi responsável por inserir na cultura de Curitiba trabalhos em
madeira. Já os
ucranianos deram um novo significado aos ovos inteiros e crus. Pintados
à mão
com mensagens de paz e harmonia são chamados de pêssankas
e representam o mais
tradicional artesanato da Ucrânia, além de remeterem
à celebração da chegada da
primavera, simbolizando o renascimento da natureza. Do povo
polonês, Curitiba
legou a pintura em cerâmica e técnicas de ofícios
voltados à ornamentação de
vidros e madeira. Os
japoneses, apesar de não serem uma etnia europeia e de terem
demorado a
interagir com os nativos ao chegarem a Curitiba, deram uma importante
contribuição ao artesanato com os origamis, mas
também com técnicas importantes
de jardinagem, que mantêm a tradição do cultivo de
bonsais até hoje. Há
vários
outros grupos responsáveis pela composição do que
se encontra no artesanato
hoje em Curitiba, como os indígenas. Traçaram-se aqui os
principais deles,
apenas para dar uma prévia do que a capital paranaense tem para
mostrar aos que
visitam suas feiras e recantos de artesãos. Além disso, a
cidade já sediou
diversas edições de um dos principais eventos desse
segmento, a Feira
Internacional de Artesanato do Paraná (FEIARTE).
Fonte: Prefeitura
Municipal de Curitiba.
Portal da Feira Internacional de Artesanato do Paraná (FEIARTE)
|
A
beleza do
artesanato mescla-se às lembranças do seus antepassados
representados pelas matrioskas, pêssankas, toalhas rusnyk,
etc. que contam histórias e geram emoções nas
pessoas.
Fruto das
manifestações
culturais provenientes das classes populares que carregam em si toda
sua riqueza, legitimidade e criatividade o artesanato curitibano
exprime
em alto nível esta "arte" popular no Paraná
reproduzindo em suas peças toda essa simbiose cultural
forjando uma identidade cultural que se manifesta em seus
objetos. "Cada
peça
testemunha um momento especial,
revelando matérias-primas retiradas da natureza e o
aproveitamento de produtos reciclados, reinventados graças ao
permanente processo criativo e adaptativo do fazer popular. Cada
conjunto importa como uma expressão de usos, significados e de
história refletindo autores, localidades e assim cada
objeto
é revelador e autenticador de
funções e
manifestações estéticas" (DIAS, 2002, p.8). A Feira do Largo da
Ordem abriga
aproximadamente 2.000 expositores
artesãos, entre eles o Orlando Pereira de Sousa criador dos
lápis ecologicos
que fazem sucesso no mundo inteiro.
|
Lápis ecológico
|
A
opção para quem não é
de Curitiba é o site
de compras da feirinha
onde o
internauta pode adquirir os produtos
da feira na comodidade de sua casa.
Universidade
Federal
do Paraná - História, Memória e Imagem -
História e Multimeios
Keolsi&Naviro
-
Curitiba, 2013
Orientador: Luiz Geraldo Silva
|