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O Mercado Muncipal de
Curitiba surgiu da necessidade de se concentrar em um único
local o comércio dos produtos provenientes do cinturão
verde da cidade. Até a sua criação, os produtores
percorriam a cidade utilizando carroças e ofereciam seus
produtos nas casas e estabelecimentos. Com o crescimento da cidade,
esse tipo de comércio nômade se tornou insuficiente e a
construção de um mercado público foi
necessária. Em 1864, o governo provincial reforma um imóvel da sua propriedade no Largo da Ponte, atual Praça Zacarias, transformando-o no primeiro mercado público da cidade. Mas em 1869, o governo requisita a devolução do imóvel para a instalação de repartições públicas, pois havia uma escassez de prédios públicos pra esse fim. Dessa forma, desaparece o mercado público, que só vai ser inaugurado novamente em 1874. O novo local é o Largo da Cadeia, mais tarde Praça Municipal, e hoje Praça Generoso Marques. Com o funcionamento do Mercado, passa a ser conhecido também como Largo do Mercado. No Mercado, era comercializados diversos produtos, tanto na modalidade atacado quanto varejo. Os arrendatários vendem milhos e derivados, feijão, queijo, toucinho, charque, rapadura, frutas, frutas hortaliças e carnes, e o horário de funcionamento era das 5h às 21h. De 1866 a 1867 ocorre a primeira reforma do mercado, que incluiu a reforma das calçadas em torno. Então, em 1906 é realizada mais uma reforma que compreende banheiros públicos e uma nova organização interna do mercado. Até que em 1912 o mercado é demolido para a construção do Paço da Liberdade, sendo transferido para o Largo do Nogueira, atual Praça 19 de Dezembro, e funcionando no estilo chalet . Em 1915 o mercado faz mais uma mudança, dessa vez para o bairro Batel, no local onde hoje é a Praça Theodoro Bayma, e funciona ali até 1937, quando é demolido. Há então um hiato, onde Curitiba fica sem um entreposto comercial, e os produtores voltam a percorrer a cidade com carroções. Há nesse meio tempo um crescimento dos debates acerca da urbanização da cidade, e há a reinvidicação por parte da população de de que haja a construção de um novo mercado municipal. Em 1943 Curitiba ganha o Plano Agache, que discorre sobre a organização da cidade, como a distribuição da ruas e dos prédios públicos. Em 1950, é regulamentado o funcionamento das feiras livres, o que facilita o trabalho dos produtores, evitando o deslocamento nas ruas da cidade. Dessa forma se organiza o comércio de hortifrutigranjeiros na cidade, até que em 11 de outubro de 1955 é aprovada a Lei Municipal nº1136, que determina a construção do Mercado Municipal. A empresa que constrói o mercado, de 1956 a 1958 é a Gastão Câmara, com projeto do engenheiro Saul Raiz e com engenheiro responsável Affonso Alves de Camargo Neto. Em 1958 o Mercado é inaugurado, com o nome de Super Mercado Municipal de Curitiba, no local onde funciona até os dias de hoje. O custo da obra foi todo da empresa Gastão Câmara, que em troca adquiriu o direito de concessão do Mercado por 20 anos após sua inauguração, explorando o comércio dos boxes, bancas e lojas. Depois desse período a responsabilidade passaria para o município, como de fato aconteceu no final dos anos 70. Atualmente quem administra o mercado é a Secretaria Municipal de Abastecimento. Nos anos 70, o Mercado teve que aprender a competir com uma nova forma de varejo no setor alimentício, as grandes redes de supermercado. Ao mesmo tempo, surgia a Ceasa, o que fez com que os gestores do mercado tivessem que repensar a organização do comércio, dando preferência ao varejo e ao pequeno atacado. É importante salientar que é nessa época que começa a surgir uma especialização das casas de varejo dentro do mercado, que procuram focar na venda de produtos importados, gourmet e de luxo, atraindo outra forma de consumidores. Dessa forma, o mercado passa a ter uma conotação também turística. Fonte: SGANZERLA,
Eduardo. Mercado Municipal de Curitiba. Curitiba:
Editora Esplendor, 2005. |