Título
Jean-Baptiste Debret
Alfredo Andersen
Lange de Morretes
Guido Viaro
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João Zaco Paraná
Movimento Paranista
Poty Lazzarotto
Erbo Stenzel
Paul Garfunkel
Dulce Osinski
Geraldo Leão
Ronald Simon
Onde Encontrar




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Poty Lazarotto – 1953 - Monumento ao Primeiro Centenário do Paraná

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Poty Lazarotto 1996 – Curitiba e Sua Gente

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Poty Lazarotto  – 1987 Painel Palácio Iguaçu








Poty Lazarotto

Napoleon Potyguara Lazzarotto, Poty, nasceu em Curitiba em 29 de março de 1924, sendo o filho mais velho da dona Julia e Issac, foi curiosamente o grande beneficiário do Vagão do Armistício. Poty desenhava em qualquer papel com seus traços em carvão daquele menino circunspecto e calado.

O jovem recebia toda sorte de estímulos, seu talento entusiasmava os frequentadores. Certa vez jantava o interventor Manoel Ribas, acompanhado de diversos palacianos especialmente Hildebrando de Araujo, responsável pela educação do Estado. Entre uma conchada e outra de risoto, o grupo acompanhava com interesse as criações de Poty, que, sem compromisso algum, rabiscava a esmo.

Seu Ribas, atento, sabia que estava diante de um significativo futuro, tanto que em poucos dias, haviam decidido manda-lo para o Rio de Janeiro, para a Escola de Belas Artes. Ganhando bolsa pelo próprio Palácio do Estado.

Com isso, o talento de Poty partia de Curitiba para o Brasil. Era o ano de 1942. Além do curso regular na Escola de Belas Artes, começou a estudar gravura com Carlos Oswald e em 1944 passou a trabalhar na Folha Carioca. Neste trabalho  ilustrava contos e crônicas especialmente de Carlos Drummond de Andrade e Marques Rebelo, serviu para complementar a bolsa recebida de Manoel Ribas, que permitia não mais do que o suficiente. Com isso, não parou mais de criar.

Em 1945, surge m Curitiba a revista Joaquim, criada por Dalton Trevisan, Participando dela intensamente, fez o padrão da capa, escreve e ilustrou um sem-número de contos. Foi quando apareceu como ilustrador de livros no primeiro de Trevisan, Sete anos de pastor, editado pela própria revista que fundara.

Em 1946, detendo nova bolsa de estudos, desta vez para a França, fez o curso de Litografia na Escola de belas Artes de Paris.

De volta ao Brasil, em 1948, integra-se ao jornal Manhã, comandado por Samuel Wainer. Foi o ano também em que Poty realizou seu primeiro painel-mural. Com o tema, O processo, livro de Franz Kafka popularíssimo na época, permaneceu na sede da UNE, praia do Flamengo, Rio de Janeiro, até o golpe de 1964, quando foi insolitamente destruído.

Nos anos seguintes, Poty passa por São Paulo, onde inaugura o primeiro curso de gravura depois Bahia e Bolívia e em 1953, executa alguns murais para a Exposição do Centenário marcado pelo primeiro mural em azulejos, que foi instalado na Praça 19 de Dezembro.

Casou-se, em 1955, com Célia Neve, que conhecera em Paris.

Como ilustrador de livros, sua carreira foi fecunda, mas seu talento de muralista exercido efetivamente a partir de 1960, excedeu a qualquer outro, com mais de cem painéis-murais registrados, em madeira, cerâmica, vitrais, mosaico, azulejos e concreto aparente. Seus trabalhos encontram-se em Portugal, França e Alemanha.

Passou seus últimos anos entre Curitiba, Rio de Janeiro e esporadicamente Alemanha e França.

A partir dos anos noventa, introduziu com vigor as cores nos seus desenhos, registrando sua cidade natal e todos os pontos imagináveis. De maneira que, relegando sua notória preferência pelo preto e branco desdisse publicamente sua fama de daltônico.

O antropólogo e senador Darcy Ribeiro, que levou Poty para uma estada de trinta dias no Xingu, resultando cadernos de desenhos aproveitados para a ilustração das suas obras Maíra e O Mulo, em crônica publicada em 1966 pela Gazeta do Povo diz: “Se o Paraná não produzir daqui para diante nenhum artista mais, só com Poty estará à frente de todas as outras províncias brasileiras.”.

Aramis Millarch, em crônica publicada pelo jornal O Estado do Paraná, em 1994, viria a afirmar que “o apoio recebido de seu Ribas fora o ponto de partida da carreira que o faria o nosso mais importante artista”.

Por fim Poty faleceu em Curitiba em 07 de maio de 1998.

Retirado e adptado de: Poty, de todos nós / textos: Estela Sandrini. Curitiba, Museu Oscar Niemeyer, 2012.