Lange de Morretes – 1920 - Cataratas do Iguaçu |
Lange de Morretes – 1953 – Rei Solitário |
Lange de Morretes – 1934 – Nhundiaquara e Pico do Marumbi |
Lange de Morretes Frederico
Lange (1892 – 1954), ou Friz Lange de Morretes, como se fazia conhecer, foi
pintor, desenhista, gravador, cientista e professor paranaense. nasceu no dia 5
de maio de 1892, em Morretes, cidade do litoral paranaense cujo nome se deu em
referência aos pequenos morros. Frederico passou a infância na Serra doMar,
tendo morado com sua família no desvio do Ypiranga dos 2 aos 9 anos. A
suainfância junto à natureza permitiu que tanto a sua carreira quanto a sua
obra fossem marcadas por essa primeira experiência. Iniciou
seus estudos com Alfredo Andersen aos 13 anos de idade, sendo um dos seus
melhores discípulos, e em torno dele se agregariam vários artistas que
continuariam a explorar os ensinamentos do mestre. Em 1910, partiu para a
Alemanha, pelo incentivo de Alfredo Andersen, onde estudou artes gráficas em
Leipzig, e frequenta a Escola Superior de Belas Artes de Munique de 1915 a
1920, conseguindo exposições individuais em Colônia. Frederico
se casou em 1917, na cidade de Wallgan, com a cantora lírica Bertha
BambergerII, que conheceu em Oberamergau, também na Alemanha. A primeira filha
do casal, Berta, nasceu em 28 de junho de 1917. O casal viria a ter mais
filhos, sendo estes, duas filhas e um filho: Ruth (03/07/1919), Ana Maria
(14/04/1923) e Flávio (16/02/1929 – 04/09/1993) Após constituir família e com o
fim da Primeira Guerra Mundial o artista resolveu voltar para o seu país. Em
1920, voltou ao Brasil e dedicou-se à pintura e à ciência, lecionando anatomia
e fisiologia na Escola de Belas Artes do Paraná, e trazendo a inovação de ser
um dos primeiros pintores a utilizarem a espátula na pintura – necessária para
a técnica do empasto. Foi responsável pela descoberta de um novo espécime de
molusco, em seus estudos de malacologia. É de sua autoria os pinhões
estilizados geometricamente que vieram a compor as calçadas paranaenses,
tornando-se marca original e um símbolo para uma população em busca de identidade,
além de ser um dos idealizadores – junto com João Turin e João Ghelfi – do
movimento paranista nas artes. Fundou a Escola de Desenho e Pintura, onde
lecionou até 1932, tendo como alunos Oswald Lopes, Arthur Nisio, Augusto Conte,
Kurt Boiger, Erbo Stenzel e entre outros. Sua saída da Escola Normal de
Curitiba (hoje Instituto de Educação do Paraná) – segundo Guido Viaro, seu
amigo – onde lecionou, foi motivada por um decreto federal que impedia ao
professor de desenho o direito de entrar em bancas de exame de matérias não
afins, o que levou a pedir o afastamento total voluntariamente do cargo que
ocupou com tanta proficiência. Além
da saída da Escola Normal, a disputa pelo cargo de diretor do Museu Paranaense,
em 1936, foi um grande obstáculo na carreira de Lange de Morretes. Lange
ambicionava a direção da instituição, mas Manoel Ribas designou José Loureiro
Fernandes para ocupar o cargo. Irritado com o fato, o artista-cientista partiu
com a família para São Paulo aceitando o cargo de assistente na Cátedra de
Paleontologia no Museu Paulista, do Professor Barão Ottorino De Fiore di
Cropani. Voltou
para Curitiba na década de 1940, voltando a produzir seus quadros e retomando o
meio artístico da cidade. Em 1947 Lange também participou do movimento em prol
da criação da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap). No
início dos anos 1950, Lange recebeu uma bolsa do Conselho Nacional de Pesquisas
(CNPq), destinada para realizar um levantamento malacológico no litoral sudeste
do Brasil. Por intermédio de Bento Munhoz da Rocha, ele conseguiu um cargo no
Museu Paranaense que lhe permitia ir seguidamente ao litoral procurar por
espécies para análise. Frederico
Lange de Morretes morreu no dia 19 de janeiro de 1954, em Curitiba. Segundo sua
filha, após o retorno de uma excursão científica, seu pai faleceu no hospital,
vítima de um enfarte fulminante, mesmo após ter recebido alta, sendo enterrado
em pé em Morretes e em direção ao pico do Marumbi. Exposições Individuais: s.d.
- Munique (Alemanha) - Individual s.d.
- Colônia (Alemanha) - Individual 1920
- Curitiba PR - Individual Exposições Coletivas: 1927
- Rio de Janeiro RJ - 34ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - medalha de
bronze 1942
- São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria
Prestes Maia 1944
- São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria
Prestes Maia 1947
- Curitiba PR - 4º Salão Paranaense de Belas Artes, no Edifício do Orfeão da
Escola Normal de Curitiba 1949
- São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia Exposições Póstumas 1954
- Curitiba PR - O Salão Paranaense de Belas Artes concede-lhe a medalha de ouro 1964
- Curitiba PR - Pioneiros da Pintura no Paraná 1971
- Curitiba PR - Lange de Morretes: retrospectiva, no Museu Alfredo Andersen 1975
- Curitiba PR - 32º Salão Paranaense, Sala Especial 1975
- Curitiba PR - Panorama da Arte no Paraná: Dos Percursores à Escola Andersen,
no Salão de Exposições do Badep 1982
-
Curitiba PR - Individual, no Museu Alfredo Andersen 1986
- Curitiba PR - Tradição/Contradição, no MAC/PR 1990
- Curitiba PR - 9ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba. A Litografia no
Paraná, no Museu Guido Viaro 2004
-
Curitiba PR - A Paisagem Paranaense e seus Pintores, na Casa Andrade Muricy Retirado e adaptado de : SALATURI, Afonso Luis. Frederico Lange de Morretes, liberdade
dentro de limites: trajetória do artista-cientista. Tese (Mestrado em
Sociologia). Curitiba: UFPR, 2007 http://www.sppert.com.br/Brasil/Paran%C3%A1/Cultura/Pintura/Lange_de_Morretes/ http://www.escritoriodearte.com/artista/lange-de-morretes/ |