Textos de Opinião

 

Assim que terminou o primeiro turno da eleição presidencial de 2006, no qual não só foi confirmado que haveria segundo turno, conforme já antecipavam as pesquisas, como Alckmin ainda surpreendeu ao atingir a marca de 42% dos votos, a lista de emails do nosso curso de mestrado começou a ser inundada por mensagens a favor de Lula. Até aí, tudo bem. Mas o que me deixou indignado com certas mensagens foi ver que algumas pessoas ficavam repassando textos de propaganda petista sem se incomodarem com o fato de estarem participando de uma lista de discussão formada por acadêmicos, atitude que é sintoma de uma perigosa dissolução das fronteiras entre a militância e a academia - e isso para não mencionar que aqueles textos estavam repletos de propaganda mentirosa! Além disso, fiquei preocupado ao verificar que outras pessoas, embora empenhadas em justificar seu voto com textos de sua própria autoria, faziam uso de argumentos incoerentes com tudo o que a maioria dos geógrafos brasileiros, inspirados pelas idéias da Geografia Crítica, disseram e escreveram nos últimos 20 anos. Mesmo quando inquiridas a demonstrar onde estaria a coerência dos seus argumentos, preferiam fazer silêncio sobre as contradições entre o discurso crítico e a experiência concreta da gestão Lula.

Sim, fiquei indignado e preocupado, mas não surpreso. De fato, essas atitudes de meus pares estão de acordo com as análises que tenho feito sobre as conseqüências da incorporação de idéias críticas ou radicais pela Geografia, idéias dentre as quais se destaca um entendimento questionável das relações entre ética, política e ciência. E, para além da Geografia, os artigos e entrevistas de intelectuais apoiadores da candidatura Lula, veiculadas na lista, expunham argumentos que eram também incongruentes com tudo o que a intelectualidade de esquerda sempre defendeu, além de fazerem uso de uma retórica política incompatível com a independência de pensamento que se espera de intelectuais públicos! Em suma, os argumentos usados em favor da candidatura petista, tanto por geógrafos quanto por não geógrafos, punham a nu a crise do marxismo, de que já tratei num artigo publicado, em seus aspectos políticos e intelectuais.

Sendo assim, decidi publicar neste espaço as mensagens com minha participação no debate travado na lista (ver os links abaixo), de modo a esclarecer as refutações que tenho feito a essas posturas críticas (mas desprovidas de autocrítica...) que predominam na Geografia e no meio intelectual brasileiro.

PS – Troquei os nomes das pessoas que debateram comigo por nomes fictícios, pois não vejo motivo para fazer desta página uma provocação permanente àqueles de quem discordei. O importante não é saber quem disse o quê, mas sim expor as idéias em confronto, bem como a falta delas...

Diniz

 

Ab’Saber censurado no Departamento!                                              Corrupção sistêmica?

 

Chico Buarque é autoritário e mentiroso                                              Refletindo com o Chico

 

Votar é “questão de classe”?                                                               O silêncio como método

 

Refuto ponto por ponto!                                                                      Manipulação estatística

 

O populismo na Geocrítica                                                                   Chavões petistas em lista de acadêmicos!

 

Geógrafo pensa como Heloísa Helena mas vota em Lula?                     Propaganda viral!

 

O petismo é perigoso e está entre nós                                                  

 

 

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